Fortaleza. Fotografar animais não é para qualquer um. Exige sensibilidade, e não só técnica. Ainda mais agora, quando cães e gatos são os novos filhos de muitas famílias brasileiras. Pois foi assim, sabendo ler o que fala o corpo dos animais, interpretando seus sinais, intenções e desejos, que o paulistano Johnny Duarte se transformou no "papa" da fotografia animal.
"Eu fotografo desde pequeno. Sou filho de fotógrafo e minha primeira foto produzida e comercializada foi aos meus 16 anos. Era uma foto publicitária de um equipamento equestre de um cliente do meu pai. Aprendi ajudando meu pai a fotografar cavalos. Atendo o mercado desde 1996 como fotógrafo profissional de animais", conta Johnny, relembrando como tudo começou, ainda garoto ao lado do pai Marçal Borges Duarte.
Hoje, ele é referência mundial em sua profissão. Seus workshops são o sonho de consumo de muitos interessados, desde profissionais da área, cinófilos, gatófilos ou simplesmente pessoas apaixonadas por pets. Este público é cada vez mais crescente. Não é à toa o sucesso das fotos de bichos nas redes sociais. Trata-se de um dos temas mais curtidos e compartilhados, tanto quanto fotos dos pimpolhos humanos.
Pela primeira vez no Norte/Nordeste, Johnny Duarte estará em Recife (PE), próximos dias 19 e 20, ministrando o Workshop Fotografia Pet, numa promoção da Escola Pernambucana de Fotografia.
"Cada cão tem sua maneira de lidar, não há uma fórmula que funcione para todos! Costumo dizer que é o temperamento do cão que determina o tipo de direção que o fotógrafo deve aplicar para aquela situação. Cães não mentem, quando queremos suas expressões, precisamos consegui-las", ensina.
Os participantes do curso terão a oportunidade de conhecer os atalhos deste tipo de fotografia, como conduzir o ensaio para um melhor aproveitamento, os princípios básicos de conduta para o tipo de trabalho e como dirigir os modelos animais, aprendendo a interpretá-los.
Pela sua experiência, Johnny diz que não há raças melhores ou piores para uma boa fotografia. "Há temperamentos melhores para fotos, mas cães menores normalmente têm mais tempo de colaboração que os maiores", diz, observando que cães apáticos ou inseguros tornam-se mais difíceis para se entregarem ao momento da foto.
O seu dia a dia transformou-se numa verdadeira escola da vida para dominar a linguagem animal. Desde que nasceu convive com cães. Considera que vive numa matilha. "Moro em uma chácara com nove cães de diferentes raças e tamanhos. Temos um gato dentro de casa que está sempre nos ensinando, afinal, preciso me comunicar com meu modelo. Isso faz toda a diferença". Ele é considerado o pioneiro na fotografia animal do País. Antes dele não havia uma especialização neste trabalho como se vê hoje. E atualmente, Johnny é inspiração para a maior parte dos profissionais que atuam no mercado pet.
"O mercado pet hoje se mostra imune à crise e continua crescendo. Cada vez mais os pets são membros das famílias, principalmente de casais impossibilitados de terem filhos. Eles possuem uma maneira especial de serem clicados. Não é à toa que atendemos as maiores marcas do mercado e principais publicações do País quando o assunto é pet. Nosso curso é também bem útil a fotógrafos de família, pois pesquisas revelam que muitos brasileiros têm mais pets em casa do que filhos".
Do Ceará, duas cinófilas estão entre os participantes do workshop em Recife, a fotógrafa Ivna Fontenele e a psicóloga Giselle Sucupira Mesquita.
"Sempre admirei o trabalho do Johnny. Sou seguidora dele no Facebook e cada foto que ele publica me enche os olhos. Acho impressionante como ele domina todo e qualquer ambiente (interno/externo/dia/noite). Acho importante aproveitar esta oportunidade porque convivo muito com o mundo pet e viajo para muitas exposições de cães. Estou ansiosa para saber os truques e aprender o máximo que ele tem para nos ensinar", afirma Ivna, do Canil Special Show Dog, especializado na raça Pug.
Especiais
"Decidi fazer o curso do Johnny Duarte porque na minha opinião ele é o melhor fotógrafo de animais do Brasil. As fotos dele são especiais, não são simplesmente belas fotos. Além da beleza e da técnica, elas têm sentimento, têm alma. Não o conheço pessoalmente, mas estou ansiosa para conhecê-lo", diz Giselle Sucupira.
Ela é criadora de Golden Retriever há alguns anos. Há dois anos começou uma criação de Australians Shepherds, em sociedade com o Canil Wind Spirit, de Márcia e Beatriz Bertero. "Elas já são apaixonadas pelo trabalho do Johnny, o que me faz ter mais certeza de que o curso será maravilhoso. Não sou fotografa profissional, mas adoro fotografar, em especial animais. Para mim, a fotografia eterniza momentos, nos traz lembranças e ajuda na construção da nossa história", declara Giselle Sucupira.