De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, a profissão de cuidador de idoso foi uma das que mais cresceram nos últimos anos. O aumento foi de 547%, passando de 5.263 profissionais em 2007 para 34.051 em 2017, dos quais 85% são mulheres com o Ensino Médio completo. “Trata-se da profissão que mais cresce por aqui, situação oportuna para refletirmos sobre o papel e a valorização desse profissional”, destaca Vanessa Áurea Batista de Alencar, enfermeira assistencialista e instrutora do curso de Cuidador de Idoso do Senac.
Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o cuidador de idosos é definido como alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.
Para Vanessa Áurea Batista de Alencar, mestre em Saúde Pública, o papel do cuidador ultrapassa o simples acompanhamento das atividades diárias dos indivíduos, quer sejam saudáveis, enfermos e/ ou acamados, em situação de risco ou fragilidade, quer seja nos domicílios e/ou em qualquer tipo de instituição na qual necessite de atenção ou cuidado diário. “A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo por ela somente as atividades que a mesma não consiga fazer sozinha”, completa.
Entre as atribuições do cuidador de idoso estão: atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde; escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada; ajudar nos cuidados de higiene; estimular e ajudar na alimentação e auxiliar na locomoção e atividades físicas, tais como: andar, tomar sol e exercícios físicos.
Perfil profissional
Antes de se lançar na profissão de cuidador de idoso, é necessário entender os desafios do trabalho e ter autoconhecimento para saber se há identificação com a função. “Cuidar de idosos exige dos profissionais uma série de características, capazes de melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente e a relação entre quem cuida e quem está sendo cuidado, como paciência, empatia, atenção, conhecimentos específicos e habilidades”, afirma a instrutora.
Vanessa Áurea Batista reforça a importância da qualificação profissional para oferecer ao cliente segurança na contratação do profissional. “Para uma atuação com ética e respeito pela vida do paciente, é imprescindível realizar o curso para desenvolver técnicas e habilidades específicas da profissão”, destaca.
O conteúdo programático de cada curso varia de acordo com a instituição de ensino, podendo ser abordados temas como Estatuto do Idoso, noções de higiene e primeiros socorros.
Mercado
Diante do atual envelhecimento demográfico, a presença do cuidador tem sido mais frequente. Em relação ao salário, a enfermeira informa que a base é o salário mínimo. Porém, dependendo do mercado em que o profissional esteja inserido e do grau de complexidade da saúde do idoso, este valor pode até triplicar. “Os cuidadores que têm qualificação conquistam as melhores oportunidades disponíveis no mercado”, salienta.
Os profissionais podem atuar em hospitais, ILPI’s (Instituições de Longa Permanência para Idoso), casas de repouso, clínicas especializadas, centros de recuperação, empresas de turismo para idosos, fundações e residências. “Cabe ressaltar que o cuidado no domicílio proporciona o convívio familiar, diminui o tempo de internação hospitalar e, dessa forma, reduz as complicações decorrentes de longas internações”, afirma Vanessa Áurea Batista de Alencar.
Atribuições do cuidador de idoso
. Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde.
. Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada, além de ajudar nos cuidados de higiene.
. Estimular e ajudar na alimentação e ajudar na locomoção e atividades físicas, como: andar, tomar sol e exercícios físicos.
. Estimular atividades de lazer e ocupacionais.
. Realizar mudanças, deposição na cama e na cadeira, e massagens de conforto.
. Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de saúde.
. Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada.
. Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de vida e a recuperação da saúde dessa pessoa.