Dedicação máxima

O jovem advogado Átilla Djazianny conta de que forma se identificou com o Direito, o que o motivou a estudar para os certames e como alcançou o tão almejado cargo público.

Desde bem jovem, o advogado Átilla Djazianny, de 27 anos, convive com o ambiente de provas, concursos e aprovações. Ainda durante o período escolar, o profissional – formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC) – prestou alguns concursos para escolas militares e já obteve a aprovação em concorridos certames, como os da Escola de Cadetes do Exército (EsPCEx) e da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr). "A experiência dessas provas me permitiu ter um primeiro contato com o 'mundo dos concursos', o que vem me auxiliando até hoje, no que diz respeito à organização do tempo", conta Átilla. 

Com apenas 16 anos, enquanto cursava a EPCAr, em Barbacena (MG), Átilla Djazianny decidiu dar um novo rumo às escolhas e optou pela carreira de Direito. "Vi de perto o significado da disciplina militar, da saudade da família, da responsabilidade de liderar, da boa conduta e, principalmente, da dedicação a um propósito. Apesar das coisas boas que aprendi, percebi que estava seguindo um caminho que não me satisfazia. Foi quando pedi desligamento da EPCAr", relata. "O capitão da Aeronáutica responsável pela minha turma, em uma longa conversa, me aconselhou a respeito das vantagens de ser um servidor público. As palavras ficaram gravadas na minha memória e foram decisivas na hora de eu optar pelo curso de Direito, após a aprovação no Enem", comenta o advogado.

Graças ao aprendizado, Átilla não teve dificuldades de cursar e completar o curso. A aprovação na OAB, exigência para a carreira, veio no 9º período da faculdade, quando estava estagiando em um escritório de advocacia. "Foi um período bem corrido, pois eu tinha que estudar em casa pela manhã, trabalhar no escritório à tarde e frequentar as aulas à noite. Apesar de ser cansativo, com organização e disciplina é possível desempenhar essas tarefas com eficiência", ensina.

Sucesso
Tais conquistas já poderiam satisfazer muitas pessoas, mas Átilla viu que deveria se empenhar ainda mais para buscar seus grandes objetivos. A decisão sincera de começar a estudar para concursos veio após uma autorreflexão. "Eu afirmei para mim mesmo: 'quero sair da iniciativa privada e me tornar um servidor público'. A partir dessa decisão, que demorou algum tempo até ser amadurecida, procurei os certames próximos de acontecer e vi que as inscrições para o concurso do INSS estavam abertas", detalha o advogado. "Vale ressaltar que, mesmo enquanto eu estava advogando, mantive um certo ritmo de estudos, ainda que não fosse tão intenso, e isso auxiliou bastante a obter a aprovação", afirma.

Diante da disciplina anteriormente aprendida e da força de vontade demonstrada, planejar-se para os estudos não foi tão trabalhoso. "Verifiquei as matérias que seriam cobradas na prova do INSS, contabilizei minhas horas livres e a quantidade de matérias que deveriam ser estudadas, dando prioridade às que eu nunca tinha estudado, como o Direito Previdenciário, que correspondia a quase 60% da prova", explica Átilla, que confiou 100% no planejamento traçado por ele próprio e optou por não fazer cursinho. "Minha preparação basicamente consistiu na leitura dos livros e das leis, bem como na intensa resolução de questões de provas anteriores. Era uma média semanal de 40 a 42 horas líquidas de estudos, cumpridas na minha própria casa, além das horas diárias dedicadas ao trabalho no escritório de advocacia", conta.

Objetivo
Prestar diversos concursos – como os certames para o Instituto de Planejamento de Fortaleza e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região – ampliaram as chances de aprovação de Átilla. É claro que houve reprovações, mas ele garante que saiu fortalecido delas. "Algumas foram mais doídas, como a do concurso de Delegado da Polícia Federal, quando fui reprovado na última etapa, no teste físico. Vivenciei o 'luto' por alguns dias, refleti sobre as lições a serem aprendidas e levantei a cabeça", conta. 

A aprovação finalmente veio em 2016, para o cargo de advogado do INSS em Quixadá, no Sertão Central do Estado. "A sensação é difícil de descrever. É um misto de alegria com sentimento de dever cumprido. É gratificante ver o empenho reconhecido. Mas ser aprovado é só a nota inicial de toda uma orquestra, em que o futuro será o grande regente", compara o advogado, que continua se preparando. "Sigo estudando para os concursos de Juiz de Direito e de Promotor de Justiça. O caminho realmente não é fácil, mas também não é impossível. Muita gente luta para conciliar trabalho e estudos, e eu digo que é possível, só depende do seu querer. O principal conselho é: não desista, continue firme, vai valer a pena. Planeje, organize seu tempo livre, tenha dedicação, não desanime e deixe o tempo fazer o resto", aconselha.

Dica de ouro
Átilla Djazianny revela a fórmula que utiliza para estudar e que o levou à aprovação: organizar corretamente a rotina de estudos. "Eu trabalho minha disciplina interna, notadamente no cumprimento de metas e de horários. Quando digo que acordo às 4h15 para estudar, estou dizendo que não é às 5h15, nem às 4h16. A partir desse cenário, busco adequar meu cotidiano para o cumprimento desses horários e metas. Sabendo que tenho muita coisa para estudar, devo acordar cedo – fato que, por óbvio, leva à conclusão de que não posso dormir muito tarde. A partir desses pequenos planejamentos, discernindo o que posso e o que não posso fazer, trabalho para cumprir as  pequenas metas diárias para que, daqui a um ou dois anos, eu possa dizer das grandes metas anuais que pude cumprir", detalha o advogado.