A falta de clareza na comunicação causa problemas. Não apenas na vida pessoal, mas na profissional, a comunicação assertiva é um desafio nas relações. No ambiente de trabalho, quando se precisa trabalhar de forma conjunta e colaborativa, o esforço para compreender e se fazer compreendido é responsabilidade de todos.
Sobre a importância da comunicação no meio corporativo, a administradora Carolina Manciola, especialista em gestão da comunicação organizacional integrada, afirma: “Comunicação é algo que precisa ser trabalhado, porque nós não somos aquilo que acreditamos ser, mas somos aquilo que comunicamos”.
Responsabilidade de todos
Para a especialista, a clareza da comunicação é um dos principais desafios que as organizações enfrentam hoje. E isso passa não só pelo conteúdo como pela forma de se comunicar, muitas vezes, não assertiva e até violenta. “É muito comum as pessoas acharem que elas não são responsáveis pelo impacto que causam nos outros, mas elas são sim”, observa Carolina Manciola, sócia-diretora da Posiciona Educação & Desenvolvimento, pós-graduada em Marketing, pela ESPM, e Gestão da Comunicação Organizacional, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Em um ambiente em que precisamos trabalhar de forma conjunta e colaborativa, a maneira como se comunica faz muita diferença”, completa.
Mas construir uma cultura de comunicação assertiva em um ambiente profissional é trabalho de toda a equipe. O que e como se comunica pode trazer não só resultados positivos, como negativos para a empresa. “Qualquer problema de comunicação pode causar grandes catástrofes”, afirma Carolina Manciola. A efetividade no processo de comunicação, pontua a administradora, é mais do que uma intenção, é o resultado. “Então, no meu processo de comunicação, responder um e-mail não significa que meu trabalho acabou.
É importante que se entenda todo o processo e toda a cadeia para evitar o telefone sem fio. Preciso garantir que utilizei o meio adequado e qual o resultado da minha mensagem. Conteúdo é tão importante quanto a forma e essas duas coisas, quando se combinam de forma real, promovem a efetividade do trabalho que está sendo executado”, explica Carolina Manciola.
Para a especialista, garantir uma comunicação assertiva também está relacionado aos aspectos culturais da organização ou do País. “Assertividade é um grande desafio, principalmente quando se fala em cultura brasileira, pois o brasileiro tem medo de dizer não, é melindrado e gosta de adulação”, considera. “Para garantir a assertividade da comunicação é preciso entender que existem interlocutores diferentes, mapas de mundo diferentes, pessoas que vieram de culturas diferentes e que tudo isso seja considerado para que a comunicação tenha resultado esperado”, salienta Carolina Manciola.
O papel do gestor
Quem lidera equipes tem papel fundamental na construção de uma cultura de comunicação assertiva. Para Carolina Manciola, em um ambiente que inspira confiança, as pessoas conseguem se comunicar com fluidez. “Gestores que se comunicam da melhor forma com suas equipes são aqueles que conseguiram criar um ambiente de confiança e, com isso, evitam o que chamamos de ‘melindre’”, avalia a especialista.
A máxima “a equipe é reflexo do líder” também encontra sentido no processo de comunicação no ambiente de trabalho. “O gestor dá o tom do time. É muito comum gestores que gostam de fazer fofocas ter um time que gosta de fazer fofocas. O gestor tem de fato que atuar como exemplo para que a equipe siga o mestre”, afirma Carolina Manciola.
Como se comunicar melhor
“Existem dois pontos importantes quando a gente fala sobre comunicação (nas organizações): autoconhecimento e feedback”, destaca a especialista. Para ela, quanto mais o profissional se conhece, mais fácil será evitar certas situações. “Ou seja, o autoconhecimento te permite pular algumas fogueiras e comunicar da maneira mais adequada em relação aos resultados que você deseja obter”, explica Carolina Manciola.
Outro ponto é o feedback. Não apenas para dar retorno sobre um trabalho, mas no sentido de promover melhorias. “Na verdade, não é só dar e receber feedback, mas auxiliar pessoas a se tornarem melhores do que são, estar aberto a melhorar e tornar o ambiente cada vez melhor”, finaliza.