Quando as jornalistas Inês Aparecida, Hébely Rebouças e Kamila Fernandes decidiram criar um podcast para falar sobre política local com uma linguagem irreverente, acessível e divertida, em 2020, elas nem imaginavam que estariam dando início a um dos ícones da podosfera cearense. Prestes a completar quatro anos de atuação, tempo equivalente a um mandato do executivo, "As Cunhãs" prometem ampliar a cobertura para falar ainda mais sobre a política no Interior do Ceará. Tudo isso sem perder o clima de conversa de calçada que as três imprimem ao falar da densa e polêmica política.
Hébely e Inês representaram o trio no episódio desta quinta-feira (9) do Que Nem Tu. Para reforçar ainda mais o tom feminino que o podcast prega desde o nome, Alan Barros saiu de cena e a jornalista e editora do Ponto Poder, Jéssica Welma, assumiu junto com Karine Zaranza o comando da entrevista.
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Para Hébely, a receita do sucesso da plataforma vai do nome, passa pela identidade visual, formato e termina pela escolha de entregar um produto para um público específico. "Acho que tem uma conjunção que talvez explique. O nome é um. E a gente chegou com umas cores vibrantes. Nossas cores no início eram rosa e amarelo, E o fato de ser três mulheres, querendo ou não chama atenção, falando de política. E tem uma linguagem. Somos três jornalistas, temos uma ética profissional, mas é claro, que nosso produto é diferente do produto da hardnews diário. A gente tem muito mais liberdade pra rir, pra frescar, pra fazer um deboche", defende.
O "barulho" das três vem ecoado. O podcast alcançou uma repercussão muito grande mesmo sendo uma mídia independente. Além de pautar o noticiário nacional, no caso da bombástica entrevista do Cid Gomes na crise do PT-PDT, As Cunhãs também foram indicadas para Troféu Mulher Imprensa, concorrendo com o Café da Manhã, O Assunto, Rádio Novelo. Em 2021, Inês Aparecida ganhou o Pêmio Comunique-se na categoria podcasts. "Realmente o propósito era fazer o bom jornalismo. Não pensamos que fosse repercutir", revela a jornalista no batente desde os anos 1970.
A dupla contou sobre os bastidores da produção d'As Cunhãs, como decidem pautas, dividem os trabalhos e os processos de alguns episódios. Elegeram, com alguma dificuldade, os programas mais marcantes desses quase quatro anos. Para quem acompanha as profissionais, elas também dividiram os maiores desafios de estar do outro lado do microfone.
Como já era esperado, muitas histórias engraçadas foram reveladas neste episódio. Inês Aparecida falou sobre situações que viveu no jornalismo que lhe renderam um baú de muitos causos. Uma das histórias que apareceram foi a do dia em que ela foi detida em praça pública no meio de uma pauta. Hébelly também contou sobre o episódio que quase fez com que as três fossem processadas.
O programa com As Cunhãs também discutiu sobre jornalismo e as mudanças dos últimos anos e teve uma análise sobre o que esperar para as eleições do próximo ano. Tudo isso regado a muito bom humor.