Movimentos sociais do PDT nacional lançaram nota de repúdio à reunião desta segunda-feira (16), convocada pelo diretório do PDT Ceará para eleição de nova Executiva. A previsão é que, após a votação, o presidente estadual André Figueiredo (PDT) deixe a presidência, sendo substituído pelo senador Cid Gomes (PDT). Figueiredo está também como presidente nacional interino do PDT.
O manifesto, assinado por nove movimentos sociais do partido a nível nacional, repudiam a mobilização, que chama de "ato ilegal e antidemocrático". "Não reconhecemos e repudiamos qualquer reunião provocada com pauta ilegal, ilegítima, sem nenhuma previsão estatutária", continua o texto.
As declarações foram rebatidas por parlamentares cearenses, que integram o diretório do PDT Ceará. Eles ressaltaram a legalidade da reunião, já que a convocação é prevista no regimento do partido e todos os integrantes do diretório podem participar, inscrever chapas e votar para a eleição da Executiva.
Segundo os movimentos sociais do PDT, os integrantes do PDT Ceará "não estão atuando a serviço do partido" e denunciam ainda que existe alguns com "dupla filiação, carta de desfiliação e até pedido público de carta de anuência, contrariando o PDT nacional" — este último, em referência ao presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão.
"Por isso, evidenciamos nossa posição e pedimos que sejam tomados todos os meios legais para que possamos preservar o Partido, nosso estatuto e os compromissos históricos do Trabalhismo", completa o texto.
'Movimento democrático'
O deputado estadual Marcos Sobreira (PDT) disse que a eleição para uma nova Executiva é "um movimento democrático e natural". "Qualquer membro do partido pode colocar o nome à disposição para ser presidente e ocupar os demais cargos, todos os membros terão direito a voto aberto. Então, pra mim é um movimento extremamente democrático que vence quem tiver de fato maioria, quem representar o sentimento da maior partido", ressaltou.
O parlamentar ressaltou ainda que Cid Gomes é a “única liderança que tem condição de unir o partido, de fortalecer o partido, de conter debandadas e de trazer crescimento". O senador foi o único candidato à presidência do diretório estadual, já que Figueiredo não compareceu à reunião — o deputado federal está em uma missão oficial da Câmara dos Deputados na China.
Secretário estadual de Pesca e Agricultura, o deputado estadual Oriel Nunes Filho (PDT) também defendeu a eleição para nova Executiva como "legítima". "Quem tem a maioria é quem manda. A democracia é a maioria. Se a gente tem esse recurso, tem que recorrer a ele para fazer valer a vontade da maioria".
Sem citar o manifesto dos movimentos sociais do PDT, Cid Gomes também havia ressaltado a "normalidade" da eleição realizada nesta segunda-feira.
"No momento que a porta-voz do partido deixa de expressar a maioria do partido, ele perde legitimidade. É isso que está acontecendo aqui. Há um sentimento no partido que não é respeitado pela atual direção do partido. Nessas horas, o que se pode fazer? Reunir o partido e decidir por quem o partido deseja ser representado", ressaltou.