Lula desembarca na Bélgica para encontro entre países da América Latina e Caribe e da União Europeia

Estão previstas reuniões bilaterais, além de avanços no diálogo sobre acordo entre Mercosul e a UE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, neste domingo (16), na Bélgica, para encontro entre os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com os da União Europeia (UE). A previsão é de que o evento, que segue até a próxima terça-feira (18), reúna chefes de Estado de 60 países. Esta é a terceira edição da reunião da cúpula dos dois blocos. A última vez ocorreu foi em 2015, também na Bélgica.

O Brasil havia, inclusive, deixado a Celac em 2019, após a posse do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com o retorno de Lula à presidência, o Brasil voltou a integrar o bloco. As informações são do g1 e da Agência Brasil. 

Além das programações oficiais do evento, como a abertura da cúpula e um fórum empresarial, também há a previsão de que Lula participe de sete reuniões bilaterais, com países como Áustria e Suécia. 

Lula também deve se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, além de participar de encontro com líderes  progressistas, a convite do ex-primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven. Também participam os chefes de Estado ou de governo de países como Argentina, Portugal, Espanha, Dinamarca, Chile e Alemanha. 

Pautas do encontro

Alguns assuntos devem ser destaque durante o encontro, principalmente quanto à sustentabilidade, tecnologia e recuperação global pós-pandemia de Covid-19. 

As mudanças climáticas, por exemplo, devem ser foco das discussões entre os líderes governamentais, inclusive com o debate sobre desenvolvimento sustentável para os países. Além disso, deve ser discutida como garantir uma transição digital inclusiva e justa e os combates a crimes transnacionais. 

A delegação brasileira levará à cúpula propostas de estímulo à cooperação mútua nas áreas ambiental, energética e de defesa, além do combate à fome e aos crimes transnacionais.

Apesar de não figurar entre os temas do encontro, o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul - formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - também deve ter a atenção de Lula durante a viagem.

Consta na agenda presidencial um encontro do presidente brasileiro, que preside o Mercosul, com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que comanda o bloco europeu.  

As negociações quanto ao acordo voltaram a travar após os europeus enviarem uma carta de exigências adicional, prevendo sanções motivadas por questões ambientais. O presidente Lula já havia criticado as novas exigências europeias. 

"O instrumento adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente", disse no último dia 4 de julho.

O Brasil trabalha em uma contraproposta, que ainda deve ser analisada pelos demais chefes de Estado que integram o Mercosul antes de serem enviadas à União Europeia.