A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os atos de 8 de janeiro, ouve nesta quinta-feira (31) o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Dias pediu demissão do GSI em abril, após a divulgação de vídeos nos quais ele aparece em um dos locais da invasão ao Palácio do Planalto.
Assista ao depoimento:
A divulgação das imagens motivou o governo a apoiar a criação da CPMI para, segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, “colocar uma pá de cal” na tentativa da oposição de transferir a responsabilidade dos atos para o Governo Federal.
Segundo argumentam deputados e senadores da oposição, o ex-ministro pode ter se omitido durante a invasão do Palácio do Planalto. No requerimento aprovado na Comissão, o deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) argumenta que a atuação de Dias pode “caracterizar, em tese, evidente omissão por não ter impedido a invasão do Palácio do Planalto”.
Dias nega as acusações
O ex-ministro depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal em junho, que também investiga os ataques, quando negou as acusações de omissão ou conivência.
“Eu estava desarmado e à paisana, havia saído de casa e jamais esperei encontrar aquela situação. Concentrei-me em retirar os vândalos do palácio [Palácio do Planalto] o mais rápido possível, de preferência, claro, sem baixas e sem confrontos sangrentos. Eu havia determinado que as prisões fossem feitas no segundo andar. Cuidei pessoalmente de manter indevassado o gabinete do presidente da República”, afirmou.