Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Gardel Rolim (PDT) defendeu que a votação do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) da Capital ocorra apenas no próximo ano, já sob responsabilidade dos vereadores eleitos no pleito de outubro deste ano. A lei municipal que orienta como a cidade deve crescer está desatualizada deste 2019. Para o parlamentar, o debate sobre a proposta em 2024 pode ser “contaminado” com o acirramento das discussões eleitorais.
O pedetista comentou sobre o tema durante entrevista aos editores de Política do Diário do Nordeste, Jéssica Welma e Wagner Mendes, na live do PontoPoder desta quinta-feira (16). O político também falou sobre a aprovação de dois projetos de lei que alteram a classificação de áreas de proteção ambiental às margens do Parque Linear Rachel de Queiroz, nos bairros Presidente Kennedy e São Gerardo.
Segundo Gardel, as propostas aprovadas são alternativas encontradas pelo Legislativo para atualizar questões pontuais do Plano Diretor vigente, de 2009.
“Nós temos um Plano de 2009 e a Cidade mudou muito, a Fortaleza de 2024 não é a Fortaleza de 2009, então são necessárias algumas pequenas atualizações. No entanto, estamos aguardando e a Prefeitura está fazendo essa discussão para o novo Plano Diretor, ou seja, suplantar o de 2009 e termos um novo Plano Diretor, que é esse que estou defendendo que permita o desenvolvimento econômico, social e preserve o meio ambiente”, ressaltou.
O presidente da Câmara de Fortaleza disse não saber se a proposta da lei atualizada será enviada pela Prefeitura da Capital ainda neste ano, mas defendeu que seja apenas em 2025.
“Precisamos ter muita tranquilidade para tratar do tema e escolher o melhor momento sempre é difícil na vida prática que temos. Neste ano, acho que tem algumas coisas impróprias. Vamos começar com o debate eleitoral, que normalmente se acirra muito. Então, vamos ter ambiente para discutir de forma imparcial um Plano Diretor que seja viável dentro da campanha, em que os próprios vereadores se dividem e se fecham em seus partidos e suas campanhas?”
“O mais prudente seria fazer esse debate do Plano Diretor fora do período eleitoral”, concluiu.
Mudanças em áreas de conservação
Ao tratar sobre a mudança na classificação de áreas de proteção ambiental às margens do Parque Linear Rachel de Queiroz, o pedetista disse que é preciso “desmistificar” o tema.
“Quando aprovamos um projeto mudando o Plano Diretor não necessariamente estamos fazendo ou desfazendo algo que tenha impacto ambiental. Estamos falando de um Plano Diretor de 2009, muita coisa na cidade evoluiu, então quando fazemos uma força-tarefa atualizando as áreas é para que a Cidade continue com sua dinâmica de crescimento e desenvolvimento”, argumentou.
“Projetos como esse que estavam no Plano há 15 anos como zona de proteção ambiental certamente não são mais, ocorreram mudanças na área e na geografia que aquelas áreas não são mais zonas de preservação”, acrescentou.