Eliane Cantanhêde é criticada ao dizer que Janja deveria se restringir ao quarto do casal

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, repudiou a fala da jornalista

A jornalista Eliane Cantanhêde fez, nessa sexta-feira (11), um comentário sobre a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, em relação à sua presença nas agendas do marido e presidente eleito, Lula (PT), que causou incômodo em alguns telespectadores.

Durante o programa “Em Pauta”, da GloboNews, ela comparou Janja a outras primeiras-damas e questionou se a presença dela na transição não seria danosa ao novo governo.

"Eu acho que um bom exemplo de primeira-dama foi a Ruth Cardoso que, como a Janja, tinha um brilho próprio, era uma professora universitária [...] mas ela não tinha protagonismo, ela não tinha voz nas decisões políticas. Se tinha, era a quatro chaves dentro do quarto do casal", afirmou Catanhêde.

"Ou seja, já incomoda, sim, porque ela já começou a participar de reunião, já vai dar palpite, e daqui a pouco ela vai dizer ‘ah, esse pode ser ministro, esse aqui não pode’. Isso dá confusão. Se é assim na transição, imagina quando virar presidente", completou.

Antes, a jornalista disse: “O presidente é o Lula, tudo tem limite, tudo que excede pode dar problema. Há um incômodo com o excesso de espaço que a Janja vem ocupando”.

Ela citou o exemplo de um discurso recente de Lula que repercutiu entre o mercado: “quando o Lula fez aquele discurso em que ele chorou quando falou da fome, quando ele derrapou ao desqualificar a responsabilidade fiscal, ela tava ali sentada”.

“Mas ela não é presidente do PT, ela não é líder política, ela não é presidente de partido. Por que ela estava ali? Qual é o papel da primeira-dama? A gente tem vários exemplos de primeiras-damas, desde a ditadura militar, dona Yolanda Costa e Silva super maquiada, super artificial, você tinha a mulher do Geisel, que era super discreta, dona de casa”, continuou.

"Depois, você vai na redemocratização, quem se esqueceu da Rosane Collor jogando a aliança fora, fazendo confusão, todo dia tinha briga. Ou seja, isso não é bom", opinou.

Gleisi Hoffmann reage

Após a repercussão do comentário de Catanhêde, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para repudiar o episódio.

"Me apavora o machismo incrustado na cabeça de mulheres ditas esclarecidas, onde estereótipo dos papéis delegados a nós é o importante. Desprezível fala de Eliane Cantanhêde sobre Jana. Ter opinião e participação politica é direito de TODAS nós mulheres! Sem essa de primeira-dama", disse.