O deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP) foi proibido pela Justiça de se aproximar da companheira, a nutricionista Betina Grusiecki. Em Boletim de Ocorrência, a mulher denunciou que foi agredida pelo político, também conhecido como delegado Da Cunha, no último sábado (14), em Santos, Litoral de São Paulo. Ele nega as acusações.
A aplicação das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha em desfavor do parlamentar foram deferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), conforme divulgado pelo portal G1 nesta quarta-feira (18), após a repercussão do caso, que corre sob segredo.
Devido à decisão, Da Cunha fica proibido de se aproximar da nutricionista, e deve permanecer a, no mínimo, 300 metros de distância da companheira. Ele também não pode manter contato com ela via testemunhas, qualquer meio de comunicação ou redes sociais, segundo as informações da plataforma.
O deputado federal fica ainda vetado de entrar no apartamento em que residia com a nutricionista, devendo usar auxílio de terceiros para retirar os objetos pessoais deles do local.
Ainda conforme o portal, as medidas têm validade pelo prazo de 90 dias. Caso descumpra alguma delas, Da Cunha pode ser preso.
'Vou encher de tiros a sua cabeça'
Conforme Boletim de Ocorrência, a nutricionista Betina Grusiecki conta que após Da Cunha ingerir bebida alcoólica, ele começou a xingá-la de "lixo" e "putinha", no último sábado. Em seguida, a ela começou a ser agredida.
Ainda conforme a mulher, ela desmaiou após ter o pescoço apertado e bater a cabeça na parede. Quando acordou, ao ver o parlamentar ir em sua direção, jogou um secador de cabelos nele.
Os xingamentos por parte do deputado federal continuaram. Ainda agredindo a cabeça da companheira em direção à parede, ele seguiu com as ameaças. “Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e vou matar sua mãe”, teria dito o parlamentar.
Da Cunha também quebrou os óculos e destruiu roupas da nutricionista. Betina ainda descreveu à Polícia o comportamento agressivo do deputado com a ex-companheira. A nutricionista solicitou medida protetiva.
O que diz a defesa de Da Cunha
O parlamentar alegou que não agrediu a companheira, conforme informou a assessoria de imprensa dele.
"Houve uma discussão, em meio à comemoração de seu aniversário, mas em nenhum momento ocorreu qualquer tipo de violência física de sua parte", dizia comunicado.
Quem é Da Cunha
Da Cunha é deputado federal e foi o 24º candidato mais votado em 2022, no Estado de São Paulo, com 181.568 votos pelo Partido Progressistas.
O delegado viralizou nas redes sociais após publicar vídeos de operações policiais e o cotidiano de agentes. Ele possui mais de 3,6 milhões de inscritos em seu canal no Youtube.
Segundo o parlamentar, ele teria sido afastado da corporação, em 2021, após ter dito que “que há grande corrupção no alto escalão da PM do Rio de Janeiro” e que há ratos na Polícia, durante podcast com o vereador e ex-PM Gabriel Monteiro (PSD).
Ainda em 2021, ele pediu licença de dois anos da Polícia Civil e admitiu ter encenado uma operação em que liberta um refém de um cativeiro na comunidade da Nhocuné, em São Paulo, realizada em julho de 2020.