Bruno Figueiredo retorna à Prefeitura de Pacajus, em novo episódio judicial pelo comando da cidade

O embate judicial gira em torno da cassação da chapa por nepotismo, aprovada na Câmara Municipal em setembro de 2023

Afastado do cargo novamente em novembro de 2023, por liminar da Justiça, o prefeito Bruno Figueiredo (PDT) e o vice-prefeito Francisco Fagner (União) conseguiram o direito de retornar ao Executivo de Pacajus nesta terça-feira (30). Na liminar assinada pelo juiz Durval Aires Filho, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), é dito que o último despacho, que manteve a cassação da chapa aprovada pelo Legislativo em setembro, foi tido de forma "irrazoável".

"Ora, se é certo que a decisão proferida no decreto de cassação fora declarada nula, bem como os efeitos do Decreto Legislativo, tendo inclusive sido reconhecida a decadência do procedimento administrativo, hoje, arquivado, resta cristalino que o magistrado de piso agiu de forma irrazoável, o que poderá causar danos irreparáveis ao impetrante porque o direito não comporta senões, posições contraditórias, conflitantes e dúbias, posto que o seu objetivo é claramente restaurar a paz 'dando a Cezar o que é de Cezar'", disse o desembargador na decisão.

Agora, os gestores aguardam a Câmara Municipal se manifestar sobre a data da sua posse, rito necessário para o retorno. A Casa voltará a ser presidida por Tó da Guiomar (União), vereador de oposição que comandou a Prefeitura durante o afastamento dos dois. O Diário do Nordeste entrou em contato com ele a fim de obter informações sobre a cerimônia de posse, mas não obteve retorno até o momento.

Crise em Pacajus

O embate judicial gira em torno da cassação da chapa por nepotismo, aprovada na Câmara Municipal, em setembro de 2023. Logo em seguida, iniciou-se um cronograma de eleição indireta com Tó da Guiomar como favorito. Em outubro, contudo, a Justiça reverteu o ato do Legislativo por entender que havia vícios no processo, restabeleceu os mandatos de Bruno e Francisco e dissolveu o pleito que se organizava. 

Mas um novo revés para os gestores veio em novembro, quando, em nova liminar, o TJCE reconheceu que os supostos erros no processo de cassação foram corrigidos dentro da legalidade e manteve o afastamento do recurso. 

Com isso, no mesmo mês, uma eleição indireta foi realizada no município para um mandato-tampão, como manda a lei. Tó da Guiomar, então, foi novamente conduzido à Prefeitura, com a perspectiva de permanecer no cargo até o fim deste ano. Isso, entretanto, foi frustrado com a nova decisão judicial.