Pressionado para apresentar uma solução contra a escalada do preço dos combustíveis, o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou nesta quinta-feira (14) a política de preços da Petrobras e disse que seu desejo é privatizar a estatal. Ao apontar limitações ao seu cargo no Executivo, Bolsonaro afirmou que não consegue direcionar o preço do combustível, já que iria incorrer em crime de responsabilidade, mas se queixou de novo que, em caso de aumento dos preços, a culpa sempre cai no seu colo.
"É muito fácil, 'aumentou a gasolina, culpa do Bolsonaro'. Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Tenho vontade, vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer", disse o presidente em entrevista à Rádio Novas de Paz de Pernambuco. "Eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha", reclamou.
Na entrevista, Bolsonaro ainda recorreu à população e sugeriu que seria bom "se todos ajudassem a economizar combustível".
De acordo com o presidente, como o Brasil precisa importar o combustível, "seria bom se todo mundo ajudasse a economizar combustível, aí você iria obrigar os caras a rever o que está acontecendo, ajudaria bastante". Para lidar com o problema da crise hídrica no País, o presidente já havia pedido a seus apoiadores que desligassem um ponto de luz em suas casas para poupar energia elétrica.
Diante da pressões sobre o aumento da inflação no País, Bolsonaro voltou a responsabilizar os governadores por parte do alto preço do gás de cozinha e dos combustíveis. "Essas verdades é que doem", afirmou.
ICMS
Mesmo com fortes críticas, Bolsonaro reconheceu que os governadores não podem zerar o ICMS. "Mas a cobrança do ICMS não pode ser feita com um percentual em cima do preço da bomba."
O chefe do Executivo federal também comentou sobre o projeto aprovado na quarta na Câmara que muda a regra de ICMS sobre combustíveis e estabelece um valor fixo por litro para o imposto
"Não era o que eu queria", reclamou o presidente com relação às alterações do projeto apresentado pelo Executivo, "mas vai ajudar", ponderou.
Ele ainda cumprimentou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por ter conseguido "aprovar o que foi possível". O projeto agora será analisado pelo Senado.