Ao avaliar os rumos da disputa presidencial deste ano, o senador tucano Tasso Jereissati, liderança nacional do PSDB, afirmou, em entrevista, que o "sistema político-partidário está em fim de linha" e a polarização entre PSDB e PT "acabou". As declarações foram dadas no Centro Universitário Farias Brito, em Fortaleza, onde o senador votou no início da tarde deste domingo (7).
Questionado sobre o futuro do PSDB, a partir das perspectivas de não ter êxito nas urnas em âmbito estadual e também nacional, Tasso disse que "o futuro do PSDB é igual ao de todos os partidos políticos".
"Acho que o sistema político que está aí, o sistema partidário, está falido. Tem que haver uma renovação", defendeu.
Já ao comentar a possibilidade de o candidato à Presidência da República pelo partido, Geraldo Alckmin, não chegar ao segundo turno, o senador tucano ressaltou que vai apostar no ex-governador paulista "até o último voto apurado". Segundo Tasso Jereissati, "ainda tem o PT aí porque existe o Lula. Não existe o PT da maneira como ele foi criado, como foi idealizado, é um partido em fim de linha também, como todo um sistema político brasileiro que tem que ter mais coerência e mais transparência".
No cenário nacional, para o senador cearense, o partido pode conquistar estados-chave para a manutenção do poder nacional. "Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul são estados importantíssimos. Estados que sempre tiveram influência-guia na política brasileira e são os estados mais fundamentais do Brasil", pontuou.
Com relação ao possível segundo turno à Presidência da República que está sendo desenhado pelas pesquisas eleitorais entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), Tasso disse estar torcendo para que isso não aconteça. "Eu encaro o segunto turno com muita preocupação porque a gente vê os dois pontos mais extremos da população brasileira (a extrema direita e a extrema esquerda) com muito intolerância em relação à visão dos outros. Espero que isso não se confirme nas urnas", disse.
Ceará
O senador cearense questionou ainda a aliança em torno da candidatura do governador Camilo Santana (PT) e a aliança feita pelo grupo político para garantir a reeleição. "Aqui foi a campanha mais desigual de toda a história do Ceará e talvez do Brasil. Se juntaram 181 prefeitos, todos os partidos políticos, Governo do Estado e sua máquina, Governo Federal e sua máquina para manter quem está nos seus lugares", criticou.
Além disso, Tasso considerou que novas lideranças surgiram no partido, como o candidato ao Governo General Theophilo (PSDB) e a candidata ao senado Dra. Mayra (PSDB). "Nós conseguimos fazer uma campanha bonita. Praticamente, sem nenhuma condição, mas levando ao povo renovação, visão nova de política, e com certeza vão nascer daí novas lideranças", completou Tasso Jereissati, ao exemplificá-las na figura do candidato ao Governo General Theophilo (PSDB) e a candidata ao Senado Dra. Mayra (PSDB).