Presidenciável do PSL cravou 59% das intenções de voto, enquanto Fernando Haddad (PT) ficou com 41%. Entre petistas, ainda se tenta manter o clima de esperança de uma reviravolta, a 13 dias da votação do 2º turno
A 13 dias do domingo da votação do segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) aparece firme e forte em primeiro lugar nas últimas pesquisas. Já Fernando Haddad (PT) enfrenta dificuldades para reduzir a distância em relação ao capitão reformado do Exército. Ontem, à noite, o Ibope divulgou seu primeiro levantamento desta etapa: o militar abriu 18 pontos de vantagem, atingindo 59% das intenções de voto. O petista ficou com 41%.
Como Bolsonaro não superou a barreira psicológica dos 60%, os petistas aproveitaram para falar em estagnação do presidenciável do PSL.
"O que significa a pesquisa? Que a onda conservadora estancou. É hora de apertar o ataque a ele (Bolsonaro) e começar uma nova onda", afirmou o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Há aliado da campanha de Haddad que diz acreditar em uma reviravolta.
"Eu acredito que é perfeitamente possível", disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), afirmou que o resultado da pesquisa é fruto de um processo da "fábrica de mentiras", que distribui notícias falsas, as chamadas fake news.
"Uma candidatura edificada em cima da mentira e da violência vai sustentar o governo de um País? É óbvio que não. Então, nós vamos para o enfrentamento, desmascarar o que está acontecendo e vamos falar para a população", afirmou Gleisi.
Para ela, também é "perfeitamente possível" reverter a situação. "Se não desse, a gente não se colocava aqui, determinados a fazer esta discussão com a população brasileira. O que está em risco é a democracia e os direitos do povo. Isso é importante dizer. São os direitos da população: trabalho, renda, as conquistas sociais que nós tivemos".
Haddad voltou a martelar na tecla de que o capitão reformado foge dos debates.
"Lamento não poder debater com meu concorrente. A campanha dele é apenas baseada em mentiras por WhatsApp. Se você desligar o WhatsApp por cinco dias, o Bolsonaro some", disse.
Rejeição
Outro dado da pesquisa do Ibope aponta que Haddad tem uma rejeição (47%) maior do que Bolsonaro (35%). Isso significa que há mais eleitores dizendo que não votariam "de jeito nenhum" no petista no próximo dia 28.
A campanha do capitão reformado do Exército tenta fugir dos temas polêmicos e passa a focar em questões econômicas. Ontem, o time de Bolsonaro estabeleceu como meta criação de 10 milhões de empregos em quatro anos, informou Carlos Alexandre da Costa, que integra o núcleo de economistas reunidos por Paulo Guedes, o coordenador do programa econômico.
Segundo ele, o plano é gerar seis milhões de empregos nos dois primeiros anos de governo, e quatro milhões nos dois anos seguintes, caso o candidato seja eleito.
A ideia, explicou ele, é incentivar com medidas que não tenham impacto fiscal em setores com intensiva mão de obra, como a construção civil.