A cirurgia de correção de hérnia incisional, a que o presidente Jair Bolsonaro foi submetido, neste domingo, foi bem-sucedida. O procedimento, que começou às 7h35, foi finalizado às 12h40, no Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo. Segundo o boletim médico, Bolsonaro já está no quarto e apresenta quadro clínico estável.
Bolsonaro ficará em recuperação por cinco dias e deverá ter autorização para viajar em até dez dias, de acordo com o médico Antônio Macedo, cirurgião do presidente.
Com isso, Bolsonaro deverá ser liberado para comparecer à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde ele fará um discurso no dia 24.
"Ele está, do ponto de vista clínico e geral, muito bem. Não tem sinal de cansaço", disse Macedo.
Segundo o médico, a cirurgia demorou mais do que o comum porque a equipe não esperava que o intestino do presidente tivesse voltado a se aderir ao tecido abdominal, o que exigiu maior paciência para a correção da hérnia e a introdução de uma tela de polipropileno para auxílio no reforço muscular. "O que não pode é correr na cirurgia. Tem que ter calma. Se precisar demorar quatro (horas), demora. Se precisar demorar oito, demora. O importante é ficar bem feito. Normalmente uma hérnia não demora tudo isso mas não contávamos que o intestino tinha aderido tudo de novo. Tem que ser feito muito devagar, com muito cuidado", disse o médico.
Facada
A hérnia surgiu, de acordo com Macedo, em razão do número de operações às quais o presidente foi submetido desde o atentado sofrido em Juiz de Fora há um ano.
"Foi mais o número de cirurgias que foram necessárias (a razão do surgimento da hérnia). Houve a laparotomia feita pela equipe em Juiz de Fora, a peritonite e depois a reconstrução do trânsito intestinal. De 2 milhões de laparotomias realizadas nos EUA todo ano, 200 mil geram hérnia incisional. Então, é um evento razoavelmente prevalente. Por isso que colocamos uma tela para auxiliar o reforço do tecido", afirmou.
Viagens
O presidente terá uma dieta líquida nos próximos dias e visitas restritas. Nos próximos cinco dias, o vice Hamilton Mourão assumirá a presidência em seu lugar. Como Bolsonaro só terá autorização médica para viajar em sete a dez dias, é provável que ele permaneça no hospital por mais dias depois que receber alta clínica até poder retornar a Brasília, segundo o médico Antônio Macedo.
De acordo com o porta-voz Otávio Rêgo Barros, o apartamento onde ficará o presidente tem toda a estrutura necessária para que Bolsonaro despache nos dias em que estiver ainda internado no hospital.
"A estrutura do hospital é excepcional, temos condições de proporcionar ao presidente o despacho normal não obstante as questões procedimentais médicas", afirmou.
Durante a operação, a família do presidente pôde acompanhar a cirurgia em uma sala lateral com visão direta do procedimento. Segundo Antônio Macedo, dois filhos do presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanharam a cirurgia dessa forma.
Esse é a quarta operação à qual Bolsonaro é submetido após o atentado a faca sofrido há um ano e dois dias, em 6 de setembro de 2018, antes do primeiro turno da eleição.
Ele usou as redes sociais horas depois da cirurgia. "Estamos bem. Obrigado a todos pelo apoio e orações! Obrigado Deus pela minha vida! Logo estarei de volta ao campo".