Após aceitar cargo, Moro fala em forte agenda anticorrupção e vai abandonar a magistratura

A indicação é considerada como a principal vitória do presidente eleito Jair Bolsonaro até o momento

O juiz federal Sergio Moro emitiu nota, nesta manhã, após aceitar, nesta quinta-feira (1º), convite para assumir o Ministério da Justiça do govern Jair Bolsonaro (PSL).  Em nota, o novo ministro disse que aceitou o convite após uma reunião e que deve se afastar dos atos como juiz após 22 anos de magistratura.

>Moro prendeu Lula e ganhou status de herói; leia perfil do superministro

"Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior", disse Moro.

A Operação Lava Jato seguirá com os juízes de Curitiba. Moro afirmou que se afastará das novas audiências e que mais detalhes serão fornecidos em coletiva de imprensa na próxima semana. Ele já não participará de audiência com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo dia 14, que deverá ficar a cargo da juíza substituta Gabriela Hardt. O novo titular definitivo da Lava Jato ainda será definido.

Em mensagem no Twitter, Bolsonaro disse que "a agenda anti-corrupção, anti-crime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis, será o nosso norte!".

Superministério

O governo Bolsonaro ainda avalia tornar a pasta de Moro um superministério que integraria as estruturas da Justiça, Segurança Pública, Transparência e Controladoria-Geral da União e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ligada hoje ao Ministério da Fazenda.

Leia na íntegra a nota enviada pelo novo ministro da Justiça, Sergio Moro.

"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Apos reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anti-corrupção e anti-crime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes."