Novas fontes energéticas têm, dia a dia, ganhado espaço, aproveitando recursos naturais cujo uso é feito de forma não poluente. A preocupação tem razão de ser: a poluição ambiental que ameaça a vida do planeta e dos 7,5 bilhões de habitantes, que serão mais de 9 bilhões em 2050, segundo estimam todos os estudos demográficos.
A vida moderna passou a exigir cada vez mais forças motoras, para toda sorte de dispositivos que fazem parte do cotidiano de empresas e indivíduos. É por isso que um dos principais desafios da ciência tem sido criar alternativas para substituir as fontes poluidoras, incluindo aquelas que possam ser usadas com fins industriais.
Uma das pesquisas que mais têm avançado é a que troca o combustível de origem fóssil pela energia elétrica gerada por fontes ambientalmente limpas e acumulada em conjuntos de baterias.
Essa tecnologia já acelerou os planos da China e da Alemanha para o uso de automóveis de passeio e ônibus elétricos. Nas ruas das cidades chinesas, já circulam mais de 500 mil ônibus elétricos, 90% dos quais fabricados pela Byd – maior montadora mundial desses veículos e, também, maior produtora de baterias acumuladoras de energia.
O governo da Alemanha, por sua vez, decidiu que, a partir de 2025, será proibida a circulação de veículos que usam gasolina ou óleo diesel.
O futuro do transporte, individual ou coletivo, está desenhado e se aproxima- em alta velocidade, e já chegou ao Ceará. Aqui, juntaram-se com o mesmo objetivo – o do uso de automóveis elétricos – a EDP, empresa sócia da Usina Termelétrica Pecém (UTE), que usa o poluente carvão mineral para produzir energia, a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a Byd e a Marcopolo.
Dessa parceria nasceu e já está circulando o primeiro ônibus brasileiro totalmente movido a energia solar. É outro e novo salto sobre o que essa revolucionária tecnologia já avançou. Esse ônibus a energia solar já transporta de Fortaleza para Pecém, e vice-versa, funcionários da UTE da EDP. É um projeto-piloto que já demonstrou, em pouco tempo, sua viabilidade técnica, tecnológica, econômica e social, pois o futuro do transporte coletivo rodoviário, nas cidades e entre elas, brindará a natureza com ônibus silenciosos e sem qualquer ameaça de poluição do meio ambiente.
Por enquanto, o investimento é caro, mas, como já aconteceu com a geração eólica e solar, cujos custos são hoje equivalentes – em alguns casos até menores – ao da geração hidráulica, os de fabricação de ônibus elétricos e de baterias acumuladoras da energia que os moverão cairão rapidamente à medida que a tecnologia tornar mais simples a fabricação dos seus equipamentos e insumos.
O Ceará junta-se, assim, ao Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde os ônibus elétricos já circulam. Nos países ricos, como a China e a Alemanha, é, e tem sido, mais fácil e rápido tomar decisões sobre o futuro próximo do transporte coletivo não poluente. No Brasil, há muitas dificuldades, a começar pelas limitações do Governo, sem dinheiro para financiar projetos para o incremento do ônibus elétrico. Mas a novidade do ônibus movido a energia solar pode emular Parcerias Público Privadas, as PPPs. É uma alternativa.