Uma informação transmitida nos últimos dias pela agência de notícias Bloomberg, especializada em temas da economia, revelou que os Estados Unidos e a China, antes mesmo que se implante no mundo a tecnologia 5G, já trabalham, usando seus melhores cérebros, na construção da 6G, cuja velocidade será até 100 vezes superior ao pico da velocidade de sua antecessora.
Sem que o planeta e seus habitantes ainda nem conheçam as virtudes, as vantagens e os benefícios do padrão da tecnologia de quinta geração para as redes móveis e de banda larga, anunciados como uma verdadeira revolução que se fará na vida das pessoas, já está a acontecer uma corrida, de caráter geopolítico, que movimenta os líderes da economia e da tecnologia mundiais.
De olho no desenvolvimento científico e tecnológico da China, cuja economia se desenvolve em ritmo forte, tendo sido a única a apresentar crescimento positivo no pandêmico e trágico ano de 2020, os Estados Unidos, que ainda são os líderes nesses setores, não querem, desta vez, surpreender-se com um eventual anúncio de que seu rival asiático, pioneiramente, domina, também, a geração 6G.
Essa tecnologia que está por vir permitirá, entre mil outras coisas, a criação e a circulação, por vias aéreas urbanas controladas, de automóveis voadores. Quando isto acontecer, por volta de 2030, os combustíveis fósseis não deverão estar mais em uso nos países ricos (na Alemanha, os veículos movidos a diesel e a gasolina deixarão de circular a partir de 2030, daqui a nove anos).
Pelo que revelou a Bloomberg, a China parece estar na frente dessa nova corrida tecnológica, que se assemelha, na terminologia geopolítica, a uma guerra armamentista. O governo do presidente chinês Xi Jiping lançou, em novembro passado, um satélite para testar ondas de rádio para a transmissão 6G. Sobre o que, nessa mesma direção, estão fazendo os norte-americanos, nada se sabe, por enquanto.
Hoje, é a China que lidera a competição mundial da tecnologia 5G. Sua empresa Huawei Technologies é a principal fornecedora de equipamentos de telecomunicação para as gigantes do setor. As que operam no Brasil, por exemplo, são clientes da chinesa. Por isto mesmo, o governo brasileiro, que pretendeu, por pressão dos EUA, afastar a Huawei do próximo leilão de 5G da Anatel, foi levado a abrir o certame à sua participação. As operadoras de telefonia alegam que, sem a Huawei, a 5G no Brasil ficará oito vezes mais cara.
Como se vê, no Brasil e na maioria dos países, o debate ainda é sobre questões ligadas ao 5G. Nos centros de inteligência da China e dos EUA, o foco é a 6G. Já imaginaram o cérebro e o corpo humano ligados à internet? Pelo que revelou a Bloomberg, esta é uma das grandes possibilidades da tecnologia 6G.
É algo tão impressionante que já a chamam de uma nova revolução. Com tanto potencial, é fácil imaginar que haverá, a partir dos anos 2030, um novo estilo de vida, uma nova maneira de produzir e trabalhar. Produzir alimentos, por exemplo, deverá ser bem diferente de como os produzimos hoje. Transportar-se de casa para o trabalho e vice-versa, também. Mas tudo isto será bom? Como educar os jovens para um mundo tão tecnológico? Haverá emprego para todos? São respostas que só as futuras gerações darão.