Se, por um lado, 2020 ficará marcado como um ano de grandes desafios e adversidades, por outro a chegada do fim do ano otimiza uma suavização desse panorama. Feito todo fim de ciclo, o momento é de despedida e de preparação para o que virá pela frente. Nesse contexto, as costumeiras confraternizações desta época emergem como principal dispositivo para o encerramento de mais uma etapa, na esperança de melhores perspectivas.
As cidades já se preparam para os encontros. Praças decoradas, lojas exibindo produtos natalinos e restaurantes com pratos típicos da ocasião dão o tom do cenário da urbe. A atmosfera convoca ao fascínio e à reflexão, sobretudo em tempos pandêmicos. E, de maneira especial, abre margem para inúmeros benefícios à saúde da mente, tanto na esfera pessoal quanto coletiva.
Na ótica científica, fechar ciclos gera um efeito psicológico bastante positivo – seja ao visualizar metas cumpridas, seja ao finalizar tarefas e dar lugar a outras. Quando esse sentimento é partilhado com os pares, dada a propensão natural do ser humano para a vida em comunidade, tudo ganha um novo sentido. Não à toa, o hábito das reuniões em famílias, empresas e grupos de amigos. São modos de celebrar os feitos, superar os entraves e conferir renovado rumo aos caminhos.
Devido à emergência da pandemia de Covid-19, porém, o que se observa agora é a necessidade de alternativas para as festas de fim de ano. Afinal, como celebrar sem o toque, o abraço, a presença? Segmentos que promovem confraternizações buscam saídas criativas para responder a essa questão. Eventos no esquema “drive-in” e decisão por espaços maiores e abertos para os encontros são apontados como tendências.
No ramo de buffets – outro tipo de serviço que é fortemente ativado nesse período – o movimento será igualmente de adaptações. Haja vista a inclinação para a realização de festas pequenas, reduzindo a ameaça de transmissão do vírus, o número de funcionários em cada atividade e a quantidade de comida a ser servida certamente diminuirão.
Sob outro espectro, considerando o ritmo de compras típico dessa época, a expectativa do mercado é que as vendas virtuais superem as presenciais. Desta feita, o comércio precisa se ajustar para conseguir vender e garantir que as pessoas realmente fiquem em casa – um ato de respeito e obediência ao ainda tão necessário isolamento social.
É de suma importância que este, de fato, seja o comportamento de toda a população neste fim de ano atípico. Especialistas reiteram o cumprimento dos protocolos sanitários. Celebrações envolvendo grande número de parentes e amigos, portanto, são desaconselhadas. Idosos e demais integrantes de grupos de risco continuarão necessitando de atenção especial.
Apesar de não estarem proibidas, as comemorações necessitam de bom senso e engenhosidade para que possam acontecer com segurança. Uma boa pedida são as reuniões virtuais. Passar na frente da casa de alguém, organizar uma festinha de longe ou mandar entregar uma cesta também são outras iniciativas. Em síntese, não deixar de demonstrar amor aos outros e comprometimento com o ciclo que se renova, com cautela e responsabilidade.