Cores do cuidado

A cada mês - e não somente em outubro e novembro, como é costume pensar - um novo espectro de cores ajuda a conscientizar a população acerca da necessidade de cuidar da saúde. São diversas as esferas contempladas durante todo o ano a fim de otimizar reflexões, procedimentos e, principalmente, iniciativas de autocuidado, matizes que ganham ainda mais relevância em meio ao cotidiano pandêmico. Neste mês de fevereiro, são os tons de roxo e laranja que estampam banners, fitas e outras peças de divulgação. A combinação das duas cores, além de aludir à alegria da folia carnavalesca, suscita um olhar mais acurado acerca do combate ao Lúpus, Fibromialgia e Mal de Alzheimer, representados pelo roxo; e à leucemia, referenciada com o laranja.

Oficializado em 2014 na cidade de Uberlândia (MG), o Fevereiro Roxo simboliza os trabalhos para a conscientização de três enfermidades que, embora bastante diferentes entre si, têm em comum o fato de serem incuráveis. O Lúpus - Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), na designação oficial - por exemplo, é uma doença inflamatória de origem autoimune capaz de afetar múltiplos órgãos e tecidos, tais como pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos. Os sintomas são vários, de fadiga e febre a dor nas articulações.

Por sua vez, a Fibromialgia, com maior incidência entre as mulheres, tem como um dos principais sintomas dores extremas no corpo. É comparado à perda de um analgésico natural que o organismo possui. Assim, um simples toque, outrora indolor, passa a incomodar. Para auxiliar no tratamento, podem ser prescritas sessões de fisioterapia, acupuntura e exercícios físicos.

Talvez a mais conhecida entre as três doenças, o Mal de Alzheimer é mais comum em pessoas a partir dos 60 anos de idade. Trata-se de uma disfunção progressiva, que afeta a memória e o desempenho de funções básicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, alerta que o número de pessoas com Alzheimer deve dobrar até 2030.

Do outro lado do panorama cromático, tem-se o Fevereiro Laranja, criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da OMS. A campanha estabelece sintonia com o Dia Mundial do Câncer, lembrado em 4 de fevereiro. A relevância de destacá-la no expediente diário é chancelada por números: cerca de 10 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com Leucemia, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). É o nono câncer mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres.

Tem como característica ser uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida. Nela, há o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para doenças feito a Leucemia, que afetam as células do sangue. Consiste na substituição de uma medula doente ou deficitária por células normais de medula óssea, reconstituindo uma medula saudável.

A prevenção e a informação são as principais aliadas na busca por um panorama mais saudável de vida e bem-estar. Em tempos de pandemia, realçar esses componentes torna-se ainda mais fundamental: inadiável.