No velório, uma irmã de Belmino confirmou o que muita gente acha: temos semelhanças fisionômicas.
Fui chamado de Belmino, muitas vezes. E ele de Wilton Bezerra.
Brincávamos com isso, imaginando a reação de cada um. "Já sei o que você responde: Eu não sou...", dizia ele.
Notívagos, tínhamos o hábito de emendar a noite com o dia.
Depois da saída da TV Diário, a nossa comunicação ficou reduzida a papos pelo ZAP e telefone.
Insisti para que ele comparecesse ao lançamento do meu terceiro livro, no Cantinho do Frango.
Assegurei: "Você vai ser a maior atração da noite. As pessoas lhe adoram". Não adiantou.
Limitou-se a fazer, com a maior boa vontade, a chamada para o lançamento. O espírito alegre escondia uma timidez que sempre confessou.
Percebi que Belmino optou, mesmo, por uma certa reclusão. Claro, continuou celebrando a vida em sítios mais exclusivos.
Pois é. A morte continua fazendo besteiras monumentais.
A última foi tirar Belmino do nosso convívio, numa noite de sábado.