O amigo Belmino

Coluna de Wilton Bezerra do dia 9 de julho de 2024

No velório, uma irmã de Belmino confirmou o que muita gente acha: temos semelhanças fisionômicas.

Fui chamado de Belmino, muitas vezes. E ele de Wilton Bezerra.

Brincávamos com isso, imaginando a reação de cada um. "Já sei o que você responde: Eu não sou...", dizia ele.

Notívagos, tínhamos o hábito  de emendar a noite com o dia.

Depois da saída da TV Diário, a nossa comunicação ficou reduzida a papos pelo ZAP e telefone.

Insisti para que ele comparecesse ao lançamento do meu terceiro livro, no Cantinho do Frango.

Assegurei: "Você vai ser a maior atração da noite. As pessoas lhe adoram". Não adiantou.

Limitou-se a fazer, com a maior boa vontade, a chamada para o lançamento. O espírito alegre escondia uma timidez que sempre confessou.

Percebi que Belmino optou, mesmo, por uma certa reclusão. Claro, continuou celebrando a vida em sítios mais exclusivos.

Pois é. A morte continua fazendo besteiras monumentais.

A última foi tirar Belmino do nosso convívio, numa noite de sábado.