Neurose da notoriedade

Confira a coluna deste sábado (24) do comentarista Wilton Bezerra

A notoriedade é a cocaína dos dias atuais. Há quem prefira morrer do que viver no anonimato.

As pessoas parecem ter uma escuridão dentro de si, necessitando de uma compensação.

São neuróticas do aparecer, capazes de pousar, se preciso, de "papagaios de pirata" para chamar a atenção.

Fazem qualquer negócio para "se mostrar", ser figura central dos acontecimentos.

Deve ter saído da boca de algum influencer a frase: "Viver é ser notado. Ponto de partida para o cultivo do "ser performático", do "causar".

É a dor do anonimato. A dor de não ser nada.

Esquisito esse comportamento humano de achar que a vida só será  suportável com o alcance da notoriedade.

A pessoa que carrega esse distúrbio da personalidade é definida, agora, como egotrip.

Um ego que deseja a vida como sendo um espelho a lhe pedir autógrafo.

Viver por viver é pouco.