Nessa caminhada disruptiva, chegamos, hoje, 29/09, aos 75 anos de vida.
Alguém pode achar uma confissão indecorosa revelar tanto tempo de vida.
Não acho, não. Afinal, tudo que aprendi foi com o tempo.
As pernas estão cansadas, mas a cabeça permanece boa. Considero que a minha vida está bem resolvida.
Espero continuar nesse edifício de carne e osso, do qual somos apenas hóspede, por um bom tempo ainda.
O alicerce da existência foi construído ao lado da companheira Araci e dos filhos. Às vezes, chego a acreditar que tenho futuro.
Escrever essas linhas é a expressão do privilégio que a vida nos concedeu de não morrer tão moço.
O tempo me permitiu fazer o que um homem de responsabilidade faz: cuidar e educar quem colocou no Mundo.
Nessa trajetória nada planejada, um lamento: não ter envelhecido junto de muitos que foram jovens conosco.
Um desejo: sempre retornar à minha tribo e contar com sua simpatia.
A vida é finita. Não é um ensaio.