Ao final de ano, quando se faz um balanço da vida, ficam mais fortes os sentimentos de perda.
Tristeza pela besteiras que a morte fez com o seu rabo de foguete e continua fazendo.
Certamente bêbada, a indesejada das gentes achou pouco os estragos feitos na pandemia e cavou, neste ano que termina, profundas lacunas no Mundo cultural do País.
Figuras que, mesmo distantes de nós, fizeram o que não conseguimos fazer e falaram o que não conseguimos dizer.
Alguém que a gente gostaria de ser pelo menos parecido.
Rita Lee, Juca Chaves, Glória Maria, Aracy Balabanian, João Donato, Paulo Caruso e Lolita Rodrigues já não emprestam o brilho dos seus talentos à cena artística nacional.
Ficamos sim, de luto, por pessoas com as quais não tivemos uma aproximação concreta.
Mesmo porque, como sentenciou John Donne, "a morte de todo homem me diminui, porque sou parte da humanidade".
Habitamos um País que não celebra, de forma condizente, os seus feitos e verdadeiros heróis.
Bem que, nessa pausa de final de ano, gostaríamos de suavizar com uma mensagem que pudesse falar de prosperidade.