Estamos terminando o mês caracterizado como outubro rosa. Período dedicado a campanha de prevenção ao câncer de mama. Mesmo podendo acometer os homens (1%), são as mulheres o gênero prevalente.
Segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, “o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) (OMS, 2020)”.
Também segundo o INCA, no Brasil, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença, em 2021. O câncer de mama é a primeira causa por câncer entre as mulheres no nosso país. Estima-se que durante a pandemia houve uma redução de 80% no número de mamografias previstas.
Importante ressaltar que além da doença física e seus necessários tratamentos, o câncer traz outras dores e sofrimentos.
Está no inconsciente coletivo da humanidade a associação do diagnóstico a um prognóstico fatal. Isso, mesmo em pleno século XXI, faz com que muitas mulheres evitem a ida ao médico. O medo de “descobrir algo ruim”. O que é bastante prejudicial e danoso, visto que o diagnóstico precoce é fundamental para o êxito do tratamento.
Os efeitos colaterais sentidos durante o tratamento, por ser a mama e o cabelo expressões marcantes da feminilidade, são extremamente dolorosos emocionalmente. Visto que afeta a imagem e o autoconceito. Interferindo diretamente e de forma depreciativa na autoestima.
É comum ouvirmos as pacientes relatarem não se reconhecerem e não se aceitarem durante esse período. O que interferirá diretamente no autoconceito trazendo sentimentos de desvalor e inferioridade. Se elas não estão conseguindo se aceitar, naturalmente vem a mente que também não serão aceitas e acolhidas pelos outros. Portanto a autoestima cai e muitas vezes deprime.
Caso já tenha sido identificado e diagnosticado, cabe ressaltar alguns pontos como sugestões:
É fundamental o enfrentamento. Vá à luta tomando as atitudes necessárias. Incluindo pedir ajuda. Compartilhe com familiares e amigos. Não guarde só para si, não reprima suas emoções, por medo de ser rejeitada ou mesmo que sintam pena de você. Sustente sua verdade. Essa rede de suporte é fundamental.
Procure um psicoterapeuta a lhe ajudar a ressignificar a experiência. Ela é desafiadora, é verdade. Mas, você pode, sem perceber, dar uma dimensão maior ainda do que é. E o sofrimento está mais relacionado com a dimensão do fato do que ao fato em si. E isso tem muito a ver com a sua subjetividade, sua história de vida, visão de si e do mundo. A maneira como você vai encarar esse desafio fará toda a diferença para sua qualidade de vida durante o percurso e um melhor resultado.
Mesmo que esteja sentido uma queda no humor, por conta do luto natural desse momento, movimente-se. Qualquer organismo em sofrimento tenderá a ficar mais quieto. Mas, não se deixe paralisar. O contrário de vida não é morte e sim estagnação.
Então, urge a necessidade de estarmos todos envolvidos na prática das ações profiláticas. Entre elas, o autoexame e a visita regular ao ginecologista. Busque hábitos saudáveis na alimentação, atividade física, lazer e na espiritualidade.
Importante lembrar que os homens também podem se engajar lembrando as mulheres do seu círculo afetivo esses cuidados básicos. Como também, se sua companheira recebeu esse diagnóstico, esteja junto em todas as etapas, seja presente e a acolha compreendendo todas as possíveis oscilações que ela possa sentir, dando o colo que você também gostaria de receber.
Paz e bem!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.