Hoje, o primeiro clássico do ano. Desde a década de 1930 esse clássico acontece. São 90 anos de história entre Ferroviário e Fortaleza. Uma longa história de disputas, rivalidades, subidas e descidas. Antigamente, havia equilíbrio de forças. Agora, nem tanto. Aliás, pelo contrário, o Fortaleza tem elenco muito superior. O Leão também tem melhor estrutura e condição financeira. Por isso mesmo, apresenta-se como favorito. Houve um tempo em que havia equilíbrio, inclusive no tocante ao número de torcedores.O Fortaleza sempre teve mais. Mas o Ferrão encostava. A diferença ampliou-se com o passar dos anos.
A torcida tricolor de aço cresceu, multiplicou-se. A torcida do Ferroviário, talvez pela falta de uma sequência de títulos, não fez sucessores na mesma dimensão. Na qualidade do elenco e disponibilidade de jogadores, o Leão também tem folga. O Ferroviário trabalha na conta do chá. E tem mais: depois da bela campanha na Série D do ano passado, quando se sagrou pela segunda vez campeão, o Ferroviário desonerou. A saída do técnico Paulinho Kobayashi foi muito sentida. Com ele, foi o melhor do Ferrão no ano passado. A retomada coral tem sido muito oscilante. O Fortaleza é o favorito.
Poupar
Não sou contra a posição dos treinadores que fazem rodízio no elenco, visando a evitar os desgastes. Mas poupar é para quem pode. Time de elenco pequeno não pode poupar ninguém. E mais: em uma competição relâmpago, como o certame estadual, não faz sentido poupar, máxime se a equipe estiver numa só competição.
Segundos
Outro jogo bem interessante hoje será Maracanã x Iguatu, os segundos colocados, respectivamente, dos grupos A e B. O Maracanã pode assumir a liderança do grupo, caso o Fortaleza tropece diante do Ferroviário. É um jogo muito interessante pelas circunstâncias. De repente, o cenário pode sofrer significativa mudança.
Carnaval
A Copa do Nordeste terá futebol em pleno domingo de Carnaval. Assim, no dia 11, às 16 horas, o Fortaleza enfrentará o CRB no Estádio Rei Pelé, em Maceió. E, no mesmo dia, também às 16 horas, no Castelão, aqui em Fortaleza, o Ceará enfrentará o Altos do Piauí. Para quem não curte o Carnaval, será uma boa pedida.
Recordações
A Gentilândia, na década de 1950, era local de concentração dos foliões, máxime dos blocos dos sujos. Nem pensar em programação de futebol. O bairro era tomado pela folia dos brincantes com as suas batucadas. Maurício Gafieira e Pepeta, dois jogadores do Gentilândia, comandavam as brincadeiras, ao ritmo de “Vai, com Jeito Vai”, sucesso na voz de Emilinha Borba em 1957.
Convivência
Agora está tudo misturado. Folia e futebol têm programação paralela, algo inaceitável nas décadas de 1950 e 1960. Tudo mudou. As cidades cresceram. As populações aumentaram. Há público para todos os gostos. Confesso que ainda acompanho a moda antiga: pelo meu gosto, o futebol parava no Carnaval. Hoje, os tempos são outros.