Já fiz esta pergunta algumas vezes: quem terá sido o privilegiado jogador que primeiro vestiu a camisa do Ceará? Não sei. Impossível saber. Mas, dentre os onze da formação inicial, em 1914, certamente um deles vestiu primeiro. A verdade é que ali começava uma das mais belas histórias do futebol nordestino: a do Ceará Sporting Club. De 1914 até aqui, momentos de vitórias, entusiasmo, comemorações e alegrias, mas também derrotas, frustrações, tristezas e letargias. É a vida. Mas o Vozão sempre superou com altivez as adversidades.
Nesta trajetória de magia e encanto, celebrada hoje nos 109 anos, cito três instantes que testemunhei e que marcaram muito o clube: o título de campeão do Nordestão de 1969, o tetra estadual de 1978 com o gol imortal de Tiquinho e o título de vice-campeão da Copa do Brasil de 1994. Claro que a história do Ceará comportaria páginas e páginas de registros especiais. Como neste espaço é impossível, mando os meus cumprimentos aos jogadores, dirigentes, funcionários e torcedores que, dentro e fora de campo, edificaram a grandeza do famoso alvinegro de Porangabuçu.
Prejudicado
No comentário inicial, citei o título de vice-campeão da Copa do Brasil como um fato marcante da história do Vozão. Perguntarão, talvez, porque um vice, nem sempre valorizado no Brasil, ganhou de minha parte um significado assim. Explicarei no tópico seguinte. Eu narrei todos os jogos do Ceará e mostro que o alvinegro foi escandalosamente prejudicado na final com o Grêmio em Porto Alegre.
Final
O Ceará jogava pelo empate com gols. O Grêmio vencia por 1 a 0 no Estádio Olímpico. Na reta final, Sérgio Alves sofreu um pênalti claro. O árbitro não marcou o pênalti. Expulsou Sérgio Alves. E depois expulsou também Victor Hugo, zagueiro do Ceará. Não é preciso dizer mais nada. Não cito aqui o nome do árbitro para não sujar esta página que escrevo em homenagem aos 109 anos do Ceará.
Soldado
Já que o assunto é homenagem, o técnico do Ceará nesta decisão com o Grêmio em 1994 foi o meu querido amigo Dimas Filgueiras, eterno soldado alvinegro. Na pessoa de Dimas, quero homenagear todos os grandes ídolos e demais jogadores que deram a marca de seu talento, de seu trabalho, de sua dedicação ao Ceará.
O maior de todos
Não posso deixar de registrar aqui uma menção especial, lembrando o maior ídolo do Ceará em todos os tempos: Gildo Fernandes de Oliveira, o maior goleador da história do Ceará Sporting Clube. Depois dele, Sérgio Alves, ídolo mais recente, que as atuais gerações puderam ver em ação. Nomes que devem servir de modelo aos centroavantes do presente e do futuro.
Volta por cima
A comemoração de 109 anos do Ceará poderia ser melhor se o time estivesse na Série A nacional. Mas, acima de qualquer situação, está a certeza de que o Vozão, pela pujança de sua própria história, saberá mais uma vez dar a volta por cima. A força de sua devotada torcida será fundamental a partir de agora, pois já autorizada a voltar aos estádios.