Um Fortaleza como nunca houve

Leia a coluna desta segunda-feira

Pentacampeão. Há cinco anos, senhor absoluto. E agora detentor também do maior número de títulos de campeão cearense: 46. Um Fortaleza fantástico. Um Fortaleza sabedor de suas potencialidades. Traça o seu destino com a convicção das grandes conquistas. E vai alcançando seus desideratos. Foi assim diante do bravo Ceará na decisão do título. O alvinegro fez o mais difícil: abrir os dois gols de diferença, que lhe garantiriam o título estadual. Mas, mesmo assim, seria quase impossível segurar um Leão com tantas opções de banco e tanta qualidade. Prevaleceu a reação tricolor. O gol de Calebe, o do empate (2 x 2), foi o do penta. Ele entra para os anais da história do Leão como entraram outros nomes que realizaram feitos notáveis. Junta-se ao goleiro Fabiano, goleiro que pegou dois pênaltis na decisão que deu o tetra ao Fortaleza em 2010. Junta-se ao atacante Cassiano que, com um gol aos 47 minutos do segundo tempo, impediu o penta do Ceará em 2015. Os ídolos do passado e do presente se juntam na galeria dos imortais. Aí está o Fortaleza pujante, vencedor, na elite do futebol brasileiro. Um Fortaleza como nunca houve antes. Em verdade, em verdade, vos digo: o Fortaleza é além da imaginação. 

Força mental 

O goleiro do Fortaleza, Fernando Miguel, engoliu um frango. Mão mole. Isso pesa numa decisão. Mas ele teve personalidade e força mental para seguir, sem se abater com o acontecido. Na reta final do jogo, Fernando se redimiu. Fez duas defesas portentosas. A primeira numa conclusão de Erick. A segunda numa conclusão do atacante Luvanor. 

Força mental II 

O mesmo posso dizer sobre o lateral-direito Tinga. Ele errou feio. Cochilou ao perder a bola para Janderson, que fez o segundo gol do Ceará. Mas Tinga não se abateu. Na hora da definição, lá estava ele cruzando a bola para o gol de Calebe, o do título. Tinga é imperturbável, mesmo quando erra feio. Seguiu fazendo bem a parte que lhe cabia, não se incomodando com o grave erro cometido. 

Predestinado 

Tinga tem luz especial no Pici. Foi dele, em 2015, o cruzamento para o gol de Cassiano, que impediu o penta do Ceará. Agora foi dele o cruzamento que permitiu ao meia-atacante Calebe a feitura do gol que garantiu o penta ao Fortaleza. A importância de Tinga faz lembrar grandes nomes que já brilharam na posição no Pici. Cito Mesquita (décadas de 1950 e 1960) e Louro (década de 1970). 

Esperança 

O Ceará fez o que foi possível fazer. Lutou com bravura e dignidade. Todos sabiam que o Vozão tinha apenas a conta do chá. Assim, seria impossível manter o mesmo ritmo e ímpeto nos dois tempos. Quase conseguiu, pois sofreu o gol de empate já nos minutos finais. Restou a esperança de uma equipe que tem compromisso e está em busca do melhor. 

Nordeste 

O Vozão terá a chance de ganhar a Copa do Nordeste. São boas as possibilidades. O trabalho de Gustavo Morínigo apresenta significativos avanços. A tendência é aperfeiçoar ainda mais, embora precise de um banco mais consistente para garantir o padrão nos dois tempos. Se ganhar a Copa do Nordeste, ganhará também a confiança necessária para voltar à Série A. Boas as perspectivas.