Rogério Ceni mudou de time. Deixou a incerteza no Pici. A primeira reação da torcida tricolor foi de desespero. Uma espécie de "tudo acabado entre nós, já não há mais nada", no estilo dos romances fracassados, interpretados pela grande Dalva de Oliveira. Calma, gente. Rogério foi importante. Foi. Pronto. O Fortaleza tem história muito maior que Ceni. Uma história de cem anos.
O Fortaleza não vai acabar porque Ceni foi embora. O golpe da saída provocou reações negativas. É natural. O sucesso de Ceni, campeão brasileiro da Série B, campeão do Nordeste e campeão cearense, ainda repercutirá por muitos anos. Igualmente, a subida para a Série A. Mas agora é olhar para frente com o novo treinador. Antes de Ceni, o Fortaleza teve grandes conquistas. Cito algumas: duas vezes vice-campeão da Taça Brasil (1960 e 1968), campeão do Nordestão de 1970, tetracampeão cearense (2007,2008, 2009 e 2010). Disputou a Série A nacional em 2003, 2005 e 2006. Sim, as glórias tricolores foram ampliadas com Ceni. Tudo bem. Mas elas já existiam muito antes da vinda desse vitorioso profissional. O Fortaleza está acima de qualquer treinador.
Iluminado
Thiago Galhardo, incrível. Quando chegou, logo nos primeiros jogos mostrou qualidade superior. Assinalou gols e ganhou as graças da torcida. Depois andou oscilando muito. Já contra a Chapecoense, anteontem, voltou ao brilho que o iluminou nos primeiros jogos. Uma jornada perfeita, com três gols e uma bela participação coletiva. Thiago Galhardo, dez com louvor.
O passe
Continuo valorizando o passe perfeito. Desde a época de Didi (Folha-Seca) na década e 1950 a Gerson Canhotinha de Ouro, na década de 1970, sempre admirei a magia dos passes de longa distância. No Ceará, o passe de Lima para o gol anulado de Wescley foi genial. E a bola de Ricardinho na cabeça de Thiago Galhardo, que fez 1 a 0, também teve a precisão só vista nos pés dos talentos especiais.
Consistência
Com a bela vitória sobre a Chape, o Ceará ganhou confiança para encarar o São Paulo no próximo domingo. Haverá a estreia de Daniel Alves pelo tricolor do Morumbi. O São Paulo meteu 3 a 2 no Santos. Taí desafio complicado para o Vozão.
Queda livre
Ferroviário perdeu mais uma. Desabou de vez. Inexplicável o que há com o Ferrão. Agora enfrentará o Imperatriz no Estádio Frei Epifânio da Abadia. As esperança vão cedendo espaço aos desenganos. Ainda há possibilidades de classificação, mas agora as chances foram bastante reduzidas. Inacreditável.
A Missa da Esperança, pela alma do pesquisador Airton Fontenele, será hoje, às 20h15, na Igreja São Vicente de Paulo (Av. Des. Moreira, 2211). Além do seu do seu inigualável acervo, Airton deixou marcas muito especiais: zelo pelas pesquisas, carinho pelos amigos e o amor pelo futebol. Que saudade desse parceiro de meio século!