Teus pecados estão perdoados

Nós temos a mania de cobrar perfeição nos outros, mas somos muito condescendentes com as nossas falhas. É fácil apontar erros cometidos por terceiros. Difícil é o ser humano ter a humildade de reconhecer os próprios erros. Todos nós cometemos pecados. Uns mais graves; outros mais leves. E assim seguimos. Há alguns dias o volante do Fortaleza, Felipe, foi criticado porque furou o distanciamento social, desobedecendo também às normas do clube. Ele foi para uma festa de aniversário de um amigo. Lá, banho de piscina, abraços, fotos, coisa assim. Ele se expôs e, igualmente, expôs seus familiares e os companheiros do clube. As medidas punitivas impostas pelo clube foram corretas. Pronto. Feitos os devidos reparos, não há mais motivos para detonar o atleta. Certamente Felipe tirará desse deslize uma lição de vida. Afinal, além de esquecer o compromisso com o clube, ele também expôs seus familiares a uma situação perigosa. Felipe tem outros valores. Não pode ser julgado por um ato só. Quanto de dedicação ele também deu ao Fortaleza? Que se faça um encontro de contas. Garanto que os atos favoráveis serão bem maiores. Cabe no caso, para encerrar o papo, a velha frase: segue Felipe, os teus pecados estão perdoados.

Seriedade

Rafael Sóbis fez declaração que revelou o seu elevado grau de profissionalismo. Logo que estourou no mundo a contaminação pela Covid-19, ele buscou orientação de especialistas sobre como iria fazer para manter a forma. O profissional que ama a carreira que abraçou faz assim. Não aceitou acomodação. Beleza.

Empenho

Outro que eu vi profundamente empenhado na manutenção das condições físicas foi Ricardinho, atleta que serve de exemplo pela sua dedicação à profissão que abraçou. São jogadores assim que podem servir de referência às futuras gerações. Espelho para os jovens das bases que buscam alcançar posições de destaque no futuro.

Exemplo

Osvaldo, atacante do Fortaleza, é também outro atleta que pode ser citado aqui como profissional exemplar. Esse eu acompanhei desde o começo de sua carreira. Chegou à Seleção Brasileira por méritos próprios. E cuida de manter as melhores condições, máxime diante de desafios mais fortes como provou nos dois jogos diante do Independiente.

O futebol de hoje é de velocidade extrema, principalmente na Europa. Confesso aos leitores que não admiro a correria exagerada. Às vezes, parece prova nos hipódromos onde o que vale é a velocidade dos cavalos para alcançar o triunfo.

Gosto do futebol trabalhado, pensado, clássico, que alguns dizem que acabou. Acho que não. A Seleção da Espanha e o Barcelona, que ganharam o mundo, fizeram do toque o caminho para vencer tudo diante dos que só queriam velocidade. Penso assim.