Taças e algemas no destino do craque

O saudoso jornalista Blanchard Girão, autor do artigo sobre a mística "Daquelas Camisas" do Fortaleza, trabalhou na Rádio Dragão do Mar na década de 1960. Tinha um programa chamado "Um Cárcere Em Seu Destino" no qual os desafortunados davam depoimentos sobre suas prisões. Lembrei do Blanchard no caso policial de Ronaldinho Gaúcho. Sim, o Ronaldinho que vi na Espanha sob aplausos nas ruas de Barcelona. Nem o Rei Juan Carlos da Espanha gozava de tanta popularidade. A fama, a glória, os títulos, a fortuna e as mulheres eram o cenário do jogador. As mãos erguidas, livres, na comemoração dos gols. A liberdade do malabarista da bola. Acompanhei a trajetória dele em narrações internacionais que fiz. Chocou-me sobremaneira ver algemadas aquelas mãos que várias vezes vi erguidas, mostrando as taças do triunfo. Agora, no lugar dos troféus, as argolas a prender-lhes os pulsos. A defesa do jogador alega inocência. Volto a lembrar do Blanchard. Nos casos que contava, muitos foram injustamente algemados e mais injustamente levados à prisão. Torço para que o episódio de Ronaldinho seja mais um caso de inocência assim.

Questionamento

Compreendo o motivo da insatisfação dos torcedores do Ceará, apesar da vitória sobre o Atlético. Eles querem um time Série A que seja superior do primeiro ao último minuto. Na visão do torcedor, a obrigação do Ceará, pelo investimento que fez, é "atropelar" os times médios e pequenos.

Equívoco

Nem sempre time grande sai por aí atropelando os de menor poder de fogo. É um equívoco pensar assim, máxime pelo desgaste imposto aos grandes que atuam em três ou quatro frentes. Esses desgastes pesam. Os times médios e menores dificilmente disputam ao mesmo tempo três competições.

Homenagem

Agradeço a deferência que me foi prestada no Sesi Parangaba, onde foi inaugurada a "Arena Fut7 Tom Barros". A indicação foi do analista da promoção da saúde do Sesi, Eugênio Monteiro, aprovada por todos. Emocionado fiquei com as palavras do presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, com a atenção da superintendente do Sesi, Veridiana Soárez e com a manifestação de todos os que lá compareceram. Vocês mexeram com o meu coração.

Os quatro gols de Rafael Sóbis deram ao jogador mais confiança diante dos desafios. A torcida, que estava fazendo pressão, já mudou de postura e passou a acreditar que o atleta terá condições de melhorar muito mais ainda, na medida em que o próprio time for crescendo de produção. Ele sabe. Questão de adaptação.

Admito as críticas ao gramado do PV, quando comparado ao do Castelão. Mas não é ruim quanto pintaram alguns técnicos e jogadores. Melhor arranjar outro pretexto, quando não forem boas as produções de seus times. Não é um gramado padrão Fifa, mas não é um calçamento como querem dizer alguns.