Mês de maio, mês das mães, mês das flores. Este o motivo que levou a dupla Custódio Mesquita e Evaldo Ruy a compor a música Rosas de Maio, imortalizada na voz de Carlos Galhardo. Mas o atual maio tem sido de muitas incertezas. O futebol vai voltar. Sim, mas quando? Objetivamente, quando? Não se tem uma ideia. Situações imprevisíveis no futebol já geraram decisões emergenciais bem conhecidas. Em 1992, diante de um impasse por falta de datas para definir o Campeonato Cearense, foram declarados quatro campeões: Icasa, Tiradentes, Fortaleza e Ceará. Motivo: o Campeonato Brasileiro teria de começar na data "X", tendo a CBF exigido a conclusão dos estaduais. Assim aqui foi feito. Em 1956, quando o Gentilândia foi proclamado campeão cearense, houve um problema de datas também. Na época havia o Campeonato Brasileiro de Seleções. Os times cediam atletas para a Seleção Cearense. Daí houve um atraso de datas. O Gentilândia tinha sido campeão do primeiro turno e já liderava o segundo. Em março de 1957, os dirigentes resolveram proclamar o Gentilândia campeão de 1956, pois já iria começar o certame de 1957. Esses fatos me levam a pensar num possível arranjo para este ano. Queira Deus que não.
Contagem
Não foi apenas o Estado do Ceará que experimentou o desconforto de proclamar mais de um campeão no mesmo ano. Em 1973, o Estado de São Paulo teve Portuguesa e Santos proclamados campeões. O árbitro Armando Marques cometeu um erro de contagem na hora da decisão por pênaltis. Encerrou quando ainda faltavam duas cobranças para cada time.
Confusão
O Santos comemorou em campo. Os jogadores da Portuguesa aceitaram a derrota. No vestiário, alguém alertou que ainda faltavam duas cobranças. O árbitro Armando Marques, tentando corrigir o erro, mandou chamar nos vestiários as duas equipes. O time da Portuguesa já havia ido embora. No dia seguinte, a Federação Paulista proclamou os dois campeões.
E agora?
Estamos aí com tempo mínimo para tantos campeonatos: Copa do Nordeste, Campeonato Cearense, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Como será possível acomodar tantos certames num espaço de tempo tão reduzido? Honestamente, não sei se será possível equacionar o problema. É disputa demais para encaixar em pouco tempo.
Agora cabe a pergunta: será possível passar um ano sem campeões. Não recordo ter visto isso em época nenhuma, desde que se estabeleceu no Brasil a disputa futebolística. No mundo, houve o registro de duas Copas que não foram realizadas. Então, oito anos sem campeões.
A 2ª Guerra Mundial, de 1939 a 1945, impediu a realização das Copas do Mundo de 1942 e 1946. Somente houve a retomada com a Copa de 1950, no Brasil. Após as primeiras quatro Copas só dois países tinham sido campeões: 1930 (Uruguai), 1934 (Itália), 1938 (Itália) e 1950 (Uruguai).