Chegou o momento da reta final do Brasileirão. Passado o Clássico-Rei, já não há muito que olhar para trás. Nem para comemorar, nem para lamentar. Fato é que os times cearenses estão resistindo bem até o momento a duras provas a eles imposta. Nenhum deles ocupa a zona de rebaixamento, o que convenhamos, mesmo com o campeonato ainda com chão pela frente, já representa bom presságio. A dificuldade de uma Série A é grande. Vitorioso no domingo, o Tricolor de Aço está obviamente mais tranquilo que o Alvinegro de Porangabuçu.
São seis duras missões que os nossos times têm pela frente. O Vovô pega Chapecoense (fora), São Paulo (casa), Flamengo (fora), Athletico/PR (casa), Corinthians (casa) e Botafogo (fora). Já o Fortaleza pega o CSA (casa), Internacional (fora), Santos (casa), Goiás (fora), Fluminense (fora), Bahia (casa). Calcula-se que mais duas vitórias e um empate garantem o Alvinegro na Primeira Divisão em 2020. Uma vitória e um empate também podem ser suficientes para o Leão. Claro que a média pode mudar, caso os times de baixo da tabela venham a ter melhor desempenho que o que vêm apresentando.
Ceni diferente
Ponto curioso da apresentação do Fortaleza diante do seu maior rival foi a forma como o time se portou em campo. Antes agressivo até demais da conta (ao ponto de perder resultados por isso), foi comedido quando saiu à frente do placar. Deixou o Alvinegro com a bola, mas de propósito. Ocupou espaços defensivamente e jogou no erro do adversário, característica antes rechaçada por Ceni. Fato é que a fórmula funcionou, e o Tricolor quebrou um tabu que já durava mais de 40 anos (vitória em clássicos na Série A).
Adilson também
Quem também mudou na forma de escalar o time em campo foi Adilson Batista. Tudo bem que o Alvinegro se encontrava desfalcado de jogadores importantes como William Oliveira, Pedro Ken e Bergson, mas o técnico alvinegro tentou achar solução implementando um sistema 3-5-2 pouco testado, justo durante um jogo de extrema dificuldade como um Clássico-Rei. Ressalte-se que Adilson tem muito mérito na retomada alvinegra, principalmente por ter achado a forma de o time jogar, explorando a versatilidade de três volantes em campo (normalmente Fabinho, Ricardinho e William Oliveira).
Impressionante como Osvaldo tem atuado bem com a camisa do Fortaleza, principalmente nos clássicos que disputou. No Campeonato Cearense, partiu dos pés dele a jogada para o gol de Edinho, na primeira partida da decisão. Agora, ele voltou a brilhar, desta vez pelo Campeonato Brasileiro.
Triste o conflito que se instalou na Arena Castelão após o fim do jogo. Nós nos perguntamos o que as cadeiras do Castelão têm a ver com tamanha violência, como a vista no domingo. Um caso que vem se repetindo e manchando a grande festa realizada pelas torcidas. Providências têm de ser tomadas.
*Gustavo de Negreiros escreveu a coluna interinamente em virtude das férias de Tom Barros.