Sou saudosista, de carteirinha. Assim, vibrei quando soube que estava concluída a obra que conta a história de um dos mais famosos atacantes do futebol cearense em todos os tempos: Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues). Eu tive o privilégio de vê-lo jogar no auge de sua carreira. Em 1956, a sede do Ferroviário ficava no bairro Benfica. Os jogadores passavam defronte à minha casa, quando iam jogar no Estádio Presidente Vargas. Então, eu, criança de nove anos de idade, assistia ao desfile dos atletas do Ferroviário. Faziam parte do elenco Macaco, Macaúba, Nozinho, Manoelzinho, Aldo e Zé de Melo, dentre outros. Mas o ídolo do grupo era o Pacoti. Centroavante impetuoso, de muita força física, artilheiro nato. A história do atacante Pacoti e a história do Ferroviário formam uma fusão de imagem. Não há como separar uma da outra. São almas gêmeas que vivenciaram ao mesmo tempo a fama e a glória das notáveis apresentações. Aldo cuidava da criação. Pacoti cuidava da conclusão. De tanto brilhar aqui no Ferroviário e na Seleção Cearense, o Sport de Recife o contratou. E lá foi o Pacoti para os braços do futebol pernambucano. De lá para o Vasco da Gama e para os aplausos do mundo.
Iniciativa
Há três anos, fui procurado pelo desportista Edvardo Moraes, o Vavá. Ele estava colhendo dados para escrever a história do jogador Pacoti. Edvardo conviveu com Pacoti e com a família do atleta bom tempo antes da morte do jogador. Vavá colheu na fonte dados importantes. Agora, neste trabalho conjunto com João Eudes Costa e Airton Almeida Monteiro, está aí o livro: “Pacoti o homem Goal”.
Mérito
Louvável a persistência do Edvardo Moraes, o Vavá, na luta para publicar o livro. Enfrentou uma série de adversidades, mas as ultrapassou. Era seu desejo lançar o livro, estando Pacoti ainda vivo. Não foi possível. De qualquer maneira, está aí um legado literário muito importante para a história do nosso futebol.
Amizade
Os anos passaram. O menino que na sua casa, em 1956, via a passagem de Pacoti rumo ao PV, cresceu e assumiu a função de cronista esportivo em 1965. Pacoti retornou ao Ferroviário, onde pendurou as chuteiras em 1967. Então, trabalhei em vários jogos nos quais Pacoti atuou. Feliz coincidência. Depois, quando Pacoti passou a integrar a Agap, formamos uma sólida amizade.
Talento
No rádio e na televisão fiz muitas entrevistas com Pacoti. Ele contava fatos interessantes dos bastidores da era de ouro do futebol brasileiro. No livro “Pacoti o Homem Goal”, o leitor terá a oportunidade de conhecer com detalhes a trajetória do maior ídolo do Ferroviário. Justa homenagem a quem deixou seu nome e seu talento na história dos clubes que defendeu.
Conclusão
Pouco a pouco, o futebol cearense vai ganhando livros, filmes e registros importantes que preservam a memória dos nossos ídolos. Mozart, Amilton Melo, Fernando Sátiro e Pacoti foram contemplados com belas obras biográficas. Ciro Câmera tem um livro pronto sobre Gildo. E vem em breve o lançamento aqui do livro “Mirandinha – Na Velocidade do Gol”. Estamos no caminho certo.