Paciente luta contra o tempo

Ontem, revi trechos da estada dos astronautas Eugene Cernan e Harrison Schmit na Lua. Eles, em 1972, fizeram parte da missão Apolo 17, a última nave tripulada enviada ao satélite da Terra. Na missão, fotos da Terra batidas da Lua. Linda, azul. A nossa casa solta no espaço. Obra divina. Obra de Deus. Obra que nós, os homens, não estamos sabendo preservar. Poluímos o planeta. Maltratamos o planeta. Agredimos o planeta. E agora arcamos com as consequências. Para ser astronauta é preciso exercício mental e muita paciência, pois eles ficam alguns dias confinados num cubículo, viajando pelo espaço. Aí lembrei do nosso confinamento. Dois meses já sem sair de casa. Todos os segmentos da atividade humana afetados. O futebol, esporte de contato, ainda experimenta um retorno gradual em vários países. Aqui, os times estão ensaiando um lento retorno, seguindo protocolos de segurança. Até a retomada definitiva, haja paciência. É claro que todos estão imbuídos do melhor propósito, visando evitar a contaminação. Mas, até a bola rolar, ainda haverá um longo caminho a percorrer. Etapas necessárias para evitar retrocessos. Haja paciência, amigos. Paciência de astronautas.

Infectados

Não vi nada demais na descoberta de jogadores contaminados pela Covid-19. É natural que isso aconteça. E a tendência é haver em outros grupos o que foi registrado no Ceará e no Fortaleza. Ter saúde de atleta não significa imunidade. Esta varia muito de pessoa para pessoa. Até nos grupos de risco tem havido surpresas positivas.

Recado

Um detalhe importante: os aletas que tiveram resultado negativo, ou seja, os que não estão contaminados, devem ter muito cuidado. Isso não significa segurança de que estão livres da doença. O teste é o resultado do momento da aferição. Ato seguinte, o atleta sadio pode ser contaminado. E mais: o atleta doente pode ficar bom.

Permanente

Em vista dessa possibilidade de contaminação por parte do grupo que testou negativo, haverá acompanhamento permanente. As empresas todas também passaram a trabalhar assim. O doente de ontem pode ser o sadio de amanhã. E a recíproca também é verdadeira. Esse controle permanente é que abrirá maior margem de segurança.

Denise Santiago, a Gata-Show, contou um fato acontecido com Tiago Orobó, numa fase anterior à sua ida para o América/RN. Então sem clube e sem perspectiva, alguns amigos o aconselharam a desistir da profissão. Orobó resolveu continuar.

Nestas voltas que a vida dá, no América, Tiago Orobó danou-se a assinalar gols. Levou para si os holofotes. Surpreendeu até os que tinham aconselhado ele a parar. Retomou a confiança e aí está firme e forte no Fortaleza. Bela lição de perseverança.