Os vislumbres tricolores

O Fortaleza tem muito mais méritos do que defeitos na Série A deste ano. O casamento entre diretoria e Rogério Ceni tem rendido bons frutos, como os títulos da Série B do ano passado, do Campeonato Cearense e da Copa do Nordeste deste ano. E é claro que esse fator iria se refletir também no Brasileirão. Com equipe centrada, apoio da torcida e jogadores que decidem, o Leão do Pici vem galgando posição por posição. Com a vitória por 2 a 1 sobre o Santos de Jorge Sampaoli, que briga pela vice-liderança do campeonato, o Fortaleza já é o 10º colocado e vislumbra, quem sabe, uma vaga maior do que a Sul-Americana. Com 46 pontos, o Tricolor está a apenas seis pontos do Internacional, segundo time na zona da Pré-Libertadores. Como não tem mais preocupações com o rebaixamento, o time cearense começa a focar em outras aspirações. Assim, o jogo do próximo domingo, contra o Goiás, torna-se importante na luta pela 8ª posição.

Sem comando

A três jogos do fim da Série A do Campeonato Brasileiro, o Ceará está em uma situação dificílima. Com 37 pontos, ele é ameaçado diretamente por Cruzeiro e Fluminense. E o pior de tudo é que, além da campanha pífia, o Vovô está sem técnico mais uma vez. Adilson Batista partiu e o Alvinegro de Porangabuçu está levando mais de um dia para anunciar o novo treinador. Não haveria coisa pior.

Nomes em profusão

Do fim da noite de quarta-feira (27) até o fechamento desta edição, ainda não se sabia quem enfrentará o desafio de tocar a barco do Vovô nestas últimas três rodadas e buscar fazer o time ser ofensivo. Ou seja, colocar o elenco no caminho da vitória de novo. Vários nomes negaram. De Lisca, que já esteve aqui duas vezes, até Luan Carlos, treinador do Floresta, que resolveu não aceitar o convite.

Demora inaceitável

Quanto mais demora, mais fica difícil o entrosamento da equipe para a obtenção de vitórias. Só para tomar por exemplo, o Ceará jogou na quarta-feira à noite e volta hoje para um único treino. Porque entra em campo no sábado, contra o Athletico/PR. Tempo apertado para implantar filosofia de jogo e o que mais que o cardápio possa exigir. Sem contar que os próprios treinadores não estão muito interessados em assumir.

Edinho e osvaldo foram os protagonistas da vitória do Fortaleza sobre o Santos, ontem, na Arena Castelão. Opções de velocidade, mas também atacantes que sabem definir, eles têm dado um formato bem mais ofensivo para o time de Rogério Ceni.

Luan Carlos seria aposta para o Ceará em um processo de reestruturação. De fato, poderia até ser uma opção ousada, dada a pouca experiência do treinador em sua carreira. Mas, à frente de Atlético/CE e Floresta, ele já mostrou que pensa com a cabeça moderna dos atuais técnicos.

* Roberto Leite escreve interinamente a coluna devido às férias de Tom Barros