O risco de rebaixamento na Série B

Confira a Coluna desta terça-feira (10)

Faltam sete rodadas para o encerramento da Série B nacional. O Ceará é o 11º colocado, com 42 pontos. Interessante a curiosidade: o Vozão está a 12 pontos do último time do G-4, o Guarani-SP, que tem 54 pontos. E, por pura coincidência, está também a 12 pontos do primeiro time da zona baixa, a Chapecoense, que tem 30 pontos. Após as a três recentes derrotas consecutivas, observei que alguns torcedores já não olham mais para o andar de cima, mas para a turma que está atrás. É natural uma reação assim. A meu juízo, a margem do Ceará é segura com relação à possibilidade de rebaixamento.

Em 2022, o CSA caiu com 42 pontos. Em 2021, o Clube do Remo caiu com 43 pontos. Em 2020, o Figueirense caiu com 39 pontos. Em 2019, o Londrina caiu com 39 pontos. Pelos números, o Ceará abriu boa margem e pode administrar a situação, visando a evitar um vexame na reta final. Se ficou difícil subir para a Série A, pela mesma linha de raciocínio, também ficou difícil cair para a Série C. Quero acreditar que, desde já, o alto comando alvinegro deve pensar seriamente no planejamento para 2024. Terá de rever conceitos e não repetir os gravíssimos erros cometidos na atual temporada. 

 

Intensidade 

 

Na minha percepção, comete erro grave que quer ver o Fortaleza jogar num ritmo alucinante em todas as partidas. Não conheço time no mundo que consiga tamanha façanha. O corpo humano não é máquina de Fórmula-Um. Ora, se os bólidos do automobilismo, não raro, dão problemas, quanto mais o ser humano. 

 

Além do limite 

 

Há jogos decisivos em que a equipe vai para a alta performance, estourando os limites. São os chamados jogos que diferem das partidas do meio do campeonato. Uma coisa é enfrentar o Corinthians, valendo vaga na final da Sul-Americana. Outra coisa é enfrentar o América-MG por uma simples rodada da Série A. Não há como querer o mesmo ritmo intenso nas duas partidas. 

 

Recuperação 

 

Há quem argumente que o time tem elenco suficiente para manter o mesmo ritmo em qualquer circunstância. Não penso assim. O processo de recuperação, após o desgaste de um jogo disputado em “alta rotação”, não é o mesmo de uma partida onde os atletas não foram submetidos a desgastes extremos. 

 

Decisão 

 

O Fortaleza terá de planejar muito bem, nos mínimos detalhes, a sua programação até o dia da decisão da Sul-Americana diante da LDU no Uruguai. No momento, está sendo observada a “folga” decorrente das chamadas “Datas Fifa”. Tal “folga” vai até o dia 17. A meu juízo, essa paralisação pouco representa diante do desgaste que vem depois. É ilusória. 

 

Conclusão 

 

Duvido que um time consiga, no massacrante calendário do futebol brasileiro, manter a intensidade de ritmo seguidamente. Com ou sem rotatividade no elenco, não suporta. É notória a queda de rendimento após um jogo mais puxado ou desgastante. Só quem sabe o que é verdadeiramente um desgaste é quem participa da disputa em campo.