Vinícius, meio-campista do Ceará, está arrasando. A qualidade de seu refinado futebol vem num processo crescente, jogo após jogo. Talvez, por isso, e motivado pela inveja, o presidente do Vitória, Paulo Carneiro, resolveu invadir o campo, no Estádio Barradão, para agredir o atleta. É, amigos, para conter o futebol de Vinícius só mesmo na pancada, na deslealdade. Pelos meios normais, não há quem detenha esse talentoso jogador. Ele organiza o setor. É goleador. É caprichoso na assistência. Como um maestro, dita o ritmo do Ceará. Não seria exagero compará-lo a um Zubin Mehta, renomado indiano que, com a batuta na mão, ganhou os aplausos do mundo regendo grandes orquestras. Há ainda quem não coloque fé definitiva nas qualidades de Vina. Os analistas mais exigentes insistem em olhá-lo apenas como um bom profissional. Tudo bem. Pode ser que eu esteja exagerando, motivado pelo encanto de seus gols e lances notáveis. Só o tempo dirá se, no Alvinegro de Porangabuçu, Vinícius, de 29 anos de idade, terá glórias passageiras ou participação duradoura e efetiva. Se será iluminado por um brilho efêmero ou estará pronto para provar exatamente o contrário. Prefiro apostar nessa última parte.
Dificuldade
O Fortaleza, mais uma vez, demonstra grande dificuldade diante de times que não oferecem espaço para a prática do futebol de velocidade do Tricolor do Pici. Quando o Fortaleza faz um gol primeiro, obrigando o adversário a sair para o jogo, o modelo tático posto em prática pelo Leão de Rogério Ceni encontra bons resultados. Caso contrário, complica-se. Como na partida contra o Ceará.
Contra-ataque
É lógico que o atacante Osvaldo rende mais quando encontra espaços para trabalhar suas jogadas e dribles em alta velocidade. Quando a marcação fica mais próxima, fechada como a que o Ceará impôs, ele pode alcançar êxito nas investidas, mas não de forma tão eficiente quanto na situação anteriormente descrita.
Única
Observem que no clássico o Fortaleza conseguiu apenas uma vez encaixar jogada em velocidade diante do Ceará. Foi aquela em que Romarinho serviu Yuri César. Este tocou para David, que perdeu. Esse tipo de jogada tem de ser concluída de forma letal porque sempre será rara em jogo de marcação muito forte e de “multidão” na faixa intermediária.