O foco agora é a disputa do penta

Leia a coluna desta quinta-feira, (6)

Nem Copa do Brasil, nem Copa do Nordeste, nem Campeonato Brasileiro. Agora a disputa é doméstica. Uma disputa secular. É a nossa melhor mercadoria como dizia o meu saudoso companheiro de trabalho, notável comentarista Sérgio Pinheiro. Tem um penta em disputa. Aí é que pega. Aqui o penta é coisa rara. No futebol baiano, o Bahia foi pentacampeão em 1958, 1959, 1960, 1961 e 1962. Mas o Bahia foi muito além: sagrou-se heptacampeão: 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978 e 1979. No futebol pernambucano, o Náutico ultrapassou o penta.Chegou ao hexa: 1963, 1964, 1965, 1966, 1967 e 1968. E o Sport foi penta duas vezes: 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 e em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010.

O Fortaleza tem agora a chance de ganhar seu pentacampeonato. Tem amplas possibilidades de alcançar seu desiderato, pois possui um elenco maior, de alta qualidade, com duas ótimas opções para cada posição. Seu adversário, o Ceará, tem apenas a conta do chá. Mesmo assim, já obteve três vitórias seguidas sobre o Leão na atual temporada. O último penta disputado no futebol cearense foi em 2015. O Ceará era tetracampeão, mas o Leão sagrou-se campeão de 2015. 

Inacreditável 

O Ceará era tetracampeão cearense (2011, 2012, 2013 e 2014). Na decisão de 2015, o Leão jogava pelo empate. O jogo estava 1 a 1. Aí aos 45 minutos do segundo tempo, Assisinho fez 2 a 1 para o Ceará. Pronto: o penta estava em Porangabuçu. Dois minutos depois, Cassiano empatou (2 x 2). Tirou o penta do Ceará e levou o título de campeão para o Pici. Foi inacreditável. 

Nem viram 

Muitos torcedores do Fortaleza nem viram o heroico feito de Cassiano. É que, quando o Ceará desempatou aos 45 do segundo tempo, boa parte da torcida tricolor deixou o estádio. De repente, com o grito de gol de Cassiano, os torcedores do Leão voltaram às pressas, correndo, mas só viram a comemoração do título.  

Anestesiado 

Faltou ao Ceará a sagacidade. Faltando três minutos para terminar, já nos acréscimos, não teria mais jogo. Era matar a jogada no nascedouro. Mas parece que o Vozão ficou anestesiado, pensando que o penta estava assegurado. Aí, bola erguida na área do Ceará. Tinga escora de cabeça para Cassiano fazer o gol e entrar para a glória tricolor.  

Último dos moicanos 

Dos jogadores alvinegros e tricolores que disputaram aquela grande final de 2015, apenas um permanece brilhando muito no futebol cearense: Tinga, lateral-direito do Fortaleza. O lateral-esquerdo do Fortaleza, Wanderson, que iniciou a jogada, está no Pohang Steelers, da Coreia do Sul. Cassiano, autor do gol, está no Estoril Praia, de Portugal. 

Conclusão 

O clássico-rei do próximo sábado ganhou mais vida, quando o Ceará diminuiu o placar do jogo passado e abriu uma chance de, com vitória simples, levar a decisão para os pênaltis. Se o Leão entrasse com a vantagem de poder perder por um gol de diferença, seria quase impossível ao Ceará tirar a diferença. Com vitória simples, pode acontecer.