O Flamengo mereceu a vitória

Leia a coluna de Tom Barros

Mais uma derrota do Fortaleza. A sequência de insucessos traz inquietações. Ainda bem que o time conseguiu pontuação anterior que o mantém afastado da zona de rebaixamento. Mas, de qualquer maneira, é um incômodo muito grande acompanhar o sumiço de vitórias de uma equipe acostumada a ganhar. Ontem, ficou evidente a superioridade do Flamengo no primeiro tempo. Fez 1 a 0, gol de Pedro. E poderia ter ampliado com Cebolinha e Arrascaeta. Numa delas, o goleiro João Ricardo fez notável defesa.

Na fase inicial, o Fortaleza pouco criou. Pouco concluiu. Pouco jogou. Na fase final, a situação se inverteu. Lucas Crispim, que entrou bem no jogo, mandou uma bola na trave nos primeiros minutos. O Flamengo recuou todo para trabalhar os contra-ataques. O Fortaleza encontrou dificuldades nas finalizações, mesmo com as entradas de Pikachu e Galhardo. O Lion ficou nisso. O Flamengo demorou a ajustar o contragolpe, mas, quando o fez, matou o jogo com belo gol de Luiz Araújo, após feliz corta-luz de Everton Ribeiro. Com 2 a 0 a seu favor, coube ao Flamengo administrar a vantagem. Zé Welison ainda mandou uma bola no travessão, mas o jogo estava sob controle do Flamengo. Vitória justa do Flamengo, que soube definir no momento certo.  

Transcendental  

Há algo que parece ser dirigido por forças sobrenaturais neste espetacular título de campeão da Copa Libertadores, conquistado pelo Fluminense. Primeiro, o fato inédito de um técnico, da qualidade de Fernando Diniz, ligar para o presidente do clube, Mário Bittencourt, pedindo para voltar. Da parte do treinador, um ato de humildade pouco comum no futebol.   

Aceitação 

Sensata a imediata aceitação por parte do presidente, Mário Bittencourt, que recebeu de sua esposa a opinião positiva, considerando que Diniz não deveria sequer ter saído. Parecia que o casal estava iluminado, vislumbrando que ali havia, não um simples pedido, mas um reencontro marcado por inspiração superior. Diniz voltou e ganhou a Copa Libertadores.  

O recado  

Quando Fernando Diniz disse querer de volta o atacante John Kennedy, que tinha sido emprestado à Ferroviária, sabia o que estava querendo. Também parece ter sido levado por anjos protetores, no instante em que apostou na nova disciplina do atleta. Mais ainda quando, na prorrogação do jogo com o Boca, olhou para John e disse que ele iria entrar para marcar o gol do título. E marcou.  

Caminhos  

Os nossos caminhos, aparentemente, são guiados por nós. Aparentemente. Não temos condições de saber como, de repente, os destinos das pessoas são alterados. Que forças ocultas interferem nas nossas vidas, proporcionando guinadas inimagináveis. O título de campeão da Libertadores está aí. O que houve em campo dá para explicar bem. O que veio do alto não há como explicar.  

 Conclusão  

  A conquista da Libertadores pelo Fluminense é a afirmação não apenas do time carioca, mas também e principalmente do técnico Fernando Diniz. Ele era discriminado por não ter no currículo um título de maior magnitude. Agora tem, com muito brilho e competência. Não sei a razão por que ainda se fala em Ancelotti. Se deixarem o Diniz trabalhar na Canarinho, ele chega.