O clássico maior à beira do abismo

TOM BARROS tom@diariodonordeste.Com.Br

Mais uma vez, Fortaleza x Ceará. Os maiores rivais quase iguais em tudo na Série A do Campeonato Brasileiro: número de pontos (36), de vitórias (10), de empates (6), de derrotas (15). A diferença que põe o Ceará uma posição acima do Fortaleza está no saldo de gols: o Vozão tem saldo zero; o Fortaleza, menos seis gols. Por aí se vê o equilíbrio e semelhança em tudo.

Com a vitória do Ceará sobre o Internacional, o clássico passou a ter maior importância porque assumiu um caráter definidor. Quem perder ficará com 36 pontos, sob a ameaça de aproximação ou ultrapassagem de Fluminense e Cruzeiro, além de o Botafogo também poder chegar aos 36 pontos. É uma situação muito delicada. Um empate, dependendo dos resultados da concorrência, também poderá ser devastador. Poderá representar nas próximas rodadas a chegada de ambos, abraçados, à zona maldita, fato que seria péssimo para o futebol cearense. Por essas razões, ampliaram-se as incertezas. É praticamente uma decisão de vaga. Quem vencer terá chances de permanecer na Série A. Quem perder terá essas chances muito reduzidas. Portanto, um clássico maior à beira do abismo.

Dificuldades

A defesa da equipe do Fortaleza vem falhando muito. A saída de bola com o "goleiro-linha" tem trazido alguns transtornos. O Fortaleza perdeu pontos importantes em razão de deslizes cometidos exatamente nesses procedimentos. O arqueiro Felipe Alves não deve esquecer o gol que tomou do Atlético/MG em decorrência de bobeira assim.

Ataque

Um dos sérios problemas do Ceará é o elevado índice de erros nas finalizações. De certo modo, melhorou o aproveitamento ao assinalar 2 a 0 sobre o Fluminense e 2 a 0 sobre o Internacional. Mas, no empate com o Palmeiras no Allianz Parque em São Paulo, o número de erros nas finalizações comprometeu. Até pênalti, o Ceará perdeu. Daí a derrota.

Desatenção

Nos dois times, observo graves erros de desatenção. Diante do Inter, Fabinho, William Oliveira e Ricardinho por pouco não colocam tudo a perder, proporcionando contra-ataques perigosos. No Fortaleza, Quintero e Felipe andaram perdendo bolas, permitindo contra-ataques. E nos dois gols de Boselli, do Corinthians, a defesa tricolor dormiu que roncou.