Frustração
Com justificada a razão a torcida do Fortaleza ainda se mostra inconformada com o empate cedido em Campinas, quando o cronômetro já marcava 50 minutos do segundo tempo. O Fortaleza suportou pressão e até cedeu espaço demais na fase final. Mas, por mais paradoxal que pareça, foi exatamente no segundo tempo que virou (2 a 1), com gol de Osvaldo aos 43 minutos. Usando a linguagem bem simples do próprio futebol, não era mais para ter jogo. Isso significa que o Leão teria de tocar a bola, levando-a sempre para as zonas mortas do campo como, por exemplo, setores próximos da bandeira de escanteio. Mas faltou ao tricolor competência e equilíbrio emocional na hora de administrar a vantagem então obtida. Faltou o homem para esconder a bola. Faltou matar a jogada no campo do adversário. Nada disso foi feito. A falta que resultou no empate da Ponte poderia ter sido evitada. Fica a lição.
Cearense
Lembro da decisão do Mundial de Clubes 2006, quando o Internacional sagrou-se campeão ao ganhar do Barcelona por 1 a 0. Gabiru fez o gol já na reta final. Ora, aí entrou em cena o cearense Iarley, que com sua habilidade segurou a bola nas zonas mortas. E ganhou o jogo.
Arbitragem
Faltou ao Fortaleza esse alguém para administrar a situação. Um jogador para comandar o grupo, tal como fez Iarley ao levar a bola para perto da bandeira de escanteio e lá ´prendê-la´, ora cavando faltas, ora driblando adversários para desespero dos jogadores do Barcelona.
Barreira
Outro fato lamentável: o erro na formação da barreira que, mais uma vez, deixou espaço para a bola passar e surpreender o goleiro Tiago Cardoso. Foi assim diante do Ceará e foi assim agora diante da Ponte. Heriberto tem de examinar essa parte com muita atenção.
Circunstâncias
De qualquer forma e pelas circunstâncias, haja vista a ausência de jogadores fundamentais no Fortaleza, o empate até pode ser interpretado como resultado fiel ao que houve no jogo, ou seja, a Ponte melhor no conjunto e no controle da partida, o Fortaleza melhor quando armou o bote com Osvaldo e fez dois gols.
Personalidade
A propósito de Osvaldo, ele mostrou como está preparado para as grandes definições. Teve personalidade na hora de bater os dois pênaltis. E os converteu com elevada categoria. E olhe que na meta estava o goleiro Aranha, pretendido pelo São Paulo exatamente por ter sido o melhor do Paulistão.
Preparação
Longe dos holofotes, aproveitando uma folga benfazeja, o Ceará cuidou de examinar o Corinthians, seu adversário no próximo sábado no Pacaembu. Os corintianos estão empolgados, pois entendem que a confirmação matemática do retorno à Série A poderá acontecer exatamente diante do Ceará.
Festa
Daí a festa que está sendo preparada pela torcida para o Pacaembu. Mas, para que tal confirmação aconteça, não bastará apenas vitória do Corinthians. Será preciso também que a Ponte Preta ganhe do Vila Nova ou o Paraná ganhe do Barueri.
Indiferença
Ao Ceará caberá fazer a parte que lhe toca no Pacaembu, indiferente ao que possa estar preparando a diretoria e a torcida do Corinthians. Sabemos que é difícil vitória do Vozão em São Paulo, até porque fora de casa o Ceará não ganhou de ninguém, mas em futebol tudo é possível.
Confrontos
Arnaldo Campelo Dantas questiona: ´Apesar de na Série B estarem sete times paulistas, em nenhum caso da 31ª à última rodada (38ª) haverá confronto entre times de São Paulo. Pergunto: como é feita essa tabela? Federação, Ceará, Fortaleza e o público merecem explicação´.
Confrontos II
Pela exposição, Arnaldo Campelo desconfia de proteção aos times de São Paulo, que assim não teriam de, na reta final, prejudicar ou despachar um concorrente da mesma terra. Mas, de outra parte, entendo que jogos entre eles nas últimas rodadas também poderiam levar a acomodações, caso um empate favorecesse a ambos.
"Acredito que com mais três pontos nenhum time abaixo do G-4 chegará até nós".
Mano Menezes
Técnico do Corinthians