Suspense
Lula Pereira x Heriberto da Cunha, Rinaldo x Sérgio Alves, Adilson x Tiago Almeida. A história do clássico passa por essa gente. No momento, a própria imprensa tem dado destaque ao trabalho dos profissionais que exercem maior influência na determinação dos rumos das respectivas equipes. Vejo o clássico como um todo, desvinculado dos demais episódios que possam pontuar a trajetória de ambos até o dia da disputa. A experiência e a juventude são fundamentais em instantes assim: os jogadores mais maduros para acalmar os ânimos, os mais jovens para manter o ritmo mais veloz. Condição física e condição mental à prova. Quem conseguir melhor mesclar esses dois fatores certamente levará vantagens. Sérgio Alves, o carrasco de tantas jornadas. Rinaldo, o homem dos cem gols com a camisa do Leão. Adilson, o paredão; Tiago Cardoso, muralha. Sinônimos. Taí jogo de difícil previsão.
Ansiedade
Imagine como está o atacante Vavá. Seus gols sumiram. Estancou no oitavo gol. Chegou a sonhar com a artilharia nacional, mas viu os competidores seguirem. Agora Vavá sabe que poderá recuperar o apoio da torcida se fizer gol no Fortaleza. A ansiedade deve ser grande.
Esperança
Foi Vavá quem marcou o gol da vitória do Ceará no jogo de ida, no dia 12 de julho deste ano, quando o alivengro ganhou por 1 a 0. Com a vitória, o Ceará ficou na quinta colocação, com 18 pontos. Tudo era esperança. Afinal, o certame estava na 11ª rodada. E o time ia bem.
Transição
O Fortaleza experimentava período de transição. Tinha como treinador Luís Carlos Barbiéri, que por sinal demorou pouco tempo no comando do Leão. No jogo mencionado, Raul perdeu um pênalti e mais complicou a vida do time do Pici.
Mudanças
As coisas mudaram muito, tanto no Ceará como no Fortaleza. O Ceará perdeu contato com os integrantes do G-4, embora matematicamente ainda tenha ínfima chance. E o Fortaleza luta para afastar-se mais da zona de rebaixamento, de onde saiu na rodada passada.
Lúcio nos dois
No Fortaleza, quando do jogo em foco, atuaram Tiago Cardoso, Gilberto Matuto (Lúcio), Vítor, Juninho e Eusébio; Erandir, Rogério, Raul e Mazinho Lima (Osvaldo); Taílson (Guto) e Léo Jaime. Alguns desse grupo já foram embora como, por exemplo, Mazinho Lima e Taílson. E uma curiosidade: Lúcio hoje está no Ceará, pronto para enfrentar seu ex-clube.
Ídolo
Firme, intocável, permaneceu até hoje o excelente goleiro Tiago Cardoso. É ídolo da torcida. Gilberto Matuto não deu certo. Raul não conseguiu reeditar seus melhores momentos. Osvaldo segue firme como o homem que vem resolvendo os problemas do Fortaleza, sempre que utilizado como opção. Léo Jaime também permanece como alternativa.
Diferença
O Ceará que ganhou do Fortaleza também perdeu vários jogadores. Naquela ocasião jogou assim: Adilson; Dedé, André Rancharia, Dezinho e Fábio Vidal; Michel, Chicão, Cleisson e Marcos Paraná (Ciel); Vavá (Luciano) e Luís Carlos.
Permanência
A meia-cancha do Ceará na mencionada partida permanece toda em Porangabuçu: Michel, Chicão, Cleisson e Marcos Paraná. Já com relação ao ataque, foram embora Ciel e Luís Carlos. Detalhe. Ciel não entrara como titular.
Destino
Rinaldo e Sérgio Alves, que não jogaram no clássico anterior, poderão fazer a diferença. Na época, Rinaldo estava no Goiás. E Sérgio Alves, se não me falha a memória, parece que nem estava ainda no Guarany de Sobral. O destino os coloca agora frente a frente. Voltas da vida.
Retorno
Quero crer que, há alguns meses, nem passava pela cabeça de ambos a possibilidade desse encontro num clássico tão importante para a definição dos respectivos rumos. Para muitos, Rinaldo e Sérgio Alves, pelas circunstâncias, jamais voltariam ao Fortaleza e ao Ceará. Mas voltaram. E poderão fazer a diferença.