Matéria-554724

Marcha ascensional

O Ceará e o G-4 estão praticamente colados. Apenas dois pontos os separam. O progresso alcançado pelo time de Lula Pereira é visível e continuado. E na hora em que Ciel suportar um jogo inteiro, por certo o time ficará ainda mais ofensivo. O alvinegro chegou à 11ª rodada com um saldo de seis gols, tendo o segundo melhor ataque da competição (21 gols). Perde apenas para o ataque do Corinthians, que tem 26 gols marcados. A maior preocupação ainda continua sendo o necessário ajuste no miolo da zaga. A cada partida, os demais setores revelam melhor produção e entrosamento. Por tudo isso, em Porangabuçu predomina o entusiasmo. Quem viu o difícil começo, quando Evandro Leitão assumiu no transcorrer de grave crise, nem acredita na metamorfose acontecida no Vozão. Mais importante, porém, será o time manter a marcha ascensional já em curso. Aí as demais conquistas virão por acréscimo.

Astro

Vavá artilheiro. Vavá, oito gols. Vavá dando banho de cuia e marcando golaço no Criciúma. Vavá, com belo gol, definindo o clássico maior a favor do alvinegro diante do Fortaleza. Ele é homem de área. E ali trabalha com muita consciência de seu papel.

Bobagem

Admito cartão, quando necessário. Mas os que Dedé, Cleisson e Luís Carlos receberam poderiam ter sido evitados. Cartões bobos, desnecessários. Resultado: os três fora do jogo contra o Barueri. Isso obriga Lula a mexer em três setores. Não é por aí, amigos.

Coragem

O novo presidente do Fortaleza, Lúcio Bonfim, deu grande demonstração de coragem. ´Em momentos de crise é que o homem deve encarar a situação e, sem medo, dar a cara para bater´, afirmou. Ele fez questão de dar entrevistas e mostrar o que pretende realizar para contornar a desfavorável posição ora ocupada pelo tricolor.

Otimismo

Respeitável a postura de Lúcio Bonfim. É uma raridade alguém querer assumir a presidência de um time em crise, principalmente quando este ocupa a zona de rebaixamento e, além disso, sem vencer há oito jogos. Bonfim acredita que, com a união dos tricolores, dará a volta por cima.

Vitória

O que está faltando ao Fortaleza é uma vitória para devolver ao grupo a confiança e a serenidade perdidas. Não por outro motivo Rômulo e Raul desperdiçaram pênaltis. Em outras circunstâncias, converteriam. Já pela pressão, erraram.

Tensões

Sem vitória não acontecerá o necessário alívio de tensões. É normal, numa fase assim, o grupo ficar muito abalado. E, exatamente em razão disso, termina tornando difícil o que na verdade poderia ser de fácil execução. Superar abalos psicológicos é complicado.

Exceção

Bonito exemplo dá Tiago Cardoso. O goleiro tricolor parece feito de pedra. Não se deixa abalar pelos problemas. Prova cabal foi a defesa que fez na cabeçada fulminante de Vavá. Sua serenidade deveria ser seguida pelos demais. Que goleirão!

Oportunidade

Agora, com Dedé suspenso, abre-se a oportunidade para Izaquiel começar como titular na lateral-direita do Ceará. No papo que tive com Izaquiel, ele deixou claro que pretende mostrar no Ceará não apenas o que fez no Horizonte, mas melhorar mais ainda. Quer provar que esse negócio de peso de camisa não existe para ele.

Há dez anos

Eu, Gomes Farias, Victor Hannover, Paulo César Norões e Ribamar Bezerra estávamos no Stade de France, em Saint-Dennis, no dia 12 de julho de 1998, quando a França ganhou o mundial (fez 3 a 0 no Brasil). Vimos com tristeza a derrota brasileira. Jamais esquecerei aquela decepção.

Comemoração

Sábado passado, dia 12, no mesmo Stade de France, os franceses, sob o comando de Aimé Jacquet, técnico do título, empataram com um selecionado mundial (3 a 3). Zidane atuou e fez um gol. Blanc, Desailly, Pires, Thuram e Henry, que disputaram a decisão em 1998, entraram em campo após o amistoso comemorativo.

"Dez anos atrás, nós estávamos cheios de esperança. Hoje, estamos muito felizes".

Aimé Jacquet, na comemoração dos 10 anos do título mundial
Técnico da França em 1998