Matéria-553971

Paredão

Pouco antes de fechar a coluna de ontem, eu sabia que Lula tinha posição definida: manter o goleiro Marcelo Bonan como titular do Ceará. Registrei a opinião do treinador e concordei com ele, apesar da bela atuação de Adilson. Afinal, Bonan saíra não por deficiência técnica, mas por punição com vermelho. Fiz porém uma ressalva: Adilson, ídolo do clube com vasta folha de serviços prestados, não poderia submeter-se mais ao revezamento com Gustavo. Seria injusto e prejudicial para ambos. Minha surpresa foi grande quando soube que Lula mudara de opinião e resolvera colocar Adilson como titular. A nova decisão do treinador viera ao encontro do anseio da torcida que gritara em coro o nome ´Paredão´. Lula escutou o coro vindo das arquibancadas. Portanto, a torcida tem com o técnico responsabilidade dividia quanto à escalação. Se algo de errado acontecer, só Marcelo Bonan estará isento.

Paciência

Compreensível a reação de Marcelo Bonan, que chiou contra a decisão do treinador Lula. Mas ele deve aprender a lição dada pelo próprio Adilson. Ídolo do clube, Adilson aceitou até um injusto revezamento, quando já estava no ponto para voltar. Agora voltou.

Clima

A disputa pela vaga de titular no gol alvinegro tem de ficar restrita ao campo profissional, não destruindo o clima de camaradagem que deve haver no âmbito interno do clube. Marcelo Bonan, Adilson e Gustavo devem administrar as diferenças. Será bom para os três.

Manifestação

A voz dá torcida pesa, mas nem sempre pode ser levada ao pé da letra. Vaias e aplausos mudam de acordo com as circunstâncias. Jamais esqueci a maior vaia dada contra um jogador no Maracanã. Julinho, em poucos minutos, transformou a vaia em aplauso.

Decepção

De brilho intenso no certame estadual, o Horizonte há decepcionado na Série C do Brasileiro. Derrota para o Picos, no Piauí, foi compreensível, mas perder para o Sampaio Correa, de virada, dentro do Clenilsão foi uma decepção.

Linha dura

Verdade que após o certame cearense o Horizonte perdeu muitos valores, dentre eles Izaquiel, Léo Jaime e Raul. Mas nada justifica o pífio início de um time que foi quase imbatível quando no Estádio Clenilsão. Linha dura, Argeu! Não é esse o time que espero do melhor técnico do ´estadual´ 2008.

Presidente

O que acontece nos bastidores dos clubes e do futebol nem sempre é revelado na sua essência. Mas o público tem sua maneira de examinar e tirar conclusões, ainda que sem provas concretas.

Desentendimento

Pretextos há de sobra: a péssima campanha na Série B, o isolamento de diretores, o desencontro de opiniões com o patrocinador, fluxo de caixa limitado, enfim, uma série de obstáculos que acabaram com a harmonia no alto comando.

Indagações

A favor de Desidério, o bicampeonato cearense 2007/2008. Contra, a presença do Fortaleza na zona de rebaixamento da Série B. Saberia Marcelo administrar apenas um clube enxuto?

Impressão

Quando no Ceará, Heriberto da Cunha denunciou a existência de um verme que trabalhava contra o próprio time. No Fortaleza, Heriberto não falou sobre desarmonia, mas, de repente, pediu para sair. Antes, Palomares foi mandado embora. Agora Desidério renunciou.

Bastidores

A impressão de harmonia cedeu espaço a interrogações. O que estaria acontecendo nos bastidores onde poucos têm acesso? Lúcio Bomfim substituiu Desidério na presidência tricolor. Chegou pedindo união de todos. Oportuna solicitação. Só mesmo com a união de todos, será possível retornar ao caminho das vitórias.