Força interior
Não quero crer que o futebol cearense ficará sem vitória em mais uma rodada. O Ceará progrediu. Observem que, mesmo jogando fora, atacou, buscou o gol. Fez três no América e poderia ter feito mais, caso Ciel tivesse melhor pontaria. Quanto ao Fortaleza, o time tem dois adversários: o psicológico e o América/RN. Talvez o segundo adversário seja até menos problemático que o primeiro. A fase em que nada dá certo cria embotamento. A própria ansiedade por vitória dificulta tudo. Espécie de círculo vicioso: a ausência de vitórias aumenta a ansiedade e o aumento da ansiedade bloqueia as chances de vitória. Como quebrar tal situação? Só mesmo com muita força mental. Contra o Vila Nova o Leão mostrou que tem condições técnicas para retomar a confiança, mas a série de azares (três bolas na trave e pênalti perdido) superou a força mental e deixou o grupo cabisbaixo. Já é hora de sair disso.
Pernoite
Ter pernoitado em Natal foi bom para o Ceará. Explico: se tivesse retornado logo após o jogo de sábado, o grupo pegaria uma folga no domingo. Folgar no domingo é tentação... Assim, como o time chegou já na tarde de domingo, todos foram direto para casa. Ótimo.
Sopa no mel
Fugir das tentações faz parte. O comando técnico adorou ver todos reunidos em Natal na noite de sábado e manhã de domingo. Recomposição de forças. Concentração não programada. E, como retorno ao trabalho aconteceu logo na manhã de segunda-feira, deu sopa no mel.
Gols perdidos
Lula Pereira compareceu ao Debate Bola (TV Diário). Está bem o Lulão. Sabe das virtudes e deficiências do Ceará. Revendo os lances do jogo em Natal, ele, ao vivo, perdoou Ciel pelos gols que perdeu. É que na hora do jogo a análise é uma. Depois, vendo mais calmamente, a avaliação é outra. Todos da mesa acabaram também perdoando Ciel pelos gols desperdiçados.
Na frente
O Ceará está bem. Com 17 gols, mesmo número assinalado pelo Fortaleza, tem o terceiro melhor ataque da Série B. E Luís Carlos divide a artilharia do certame com Túlio Maravilha. Além disso, Vavá alcançou a marca de cinco gols, estando na terceira colocação ao lado de Paulo Isidoro, do Leão.
Vulnerável
O problema do Ceará está na defesa. Preocupa. Fato que aumenta na medida em que cartões e contusões não permitem que Lula Pereira mantenha a mesma composição. Já tomou 14 gols. É muito.
Calma
Não adianta desespero no Pici. Os desarranjos são normais e só desaparecerão com vitória. Sem isso, é normal a cobrança por parte da torcida e da impressa. É nessa hora que se vê a fibra dos dirigentes. Uma coisa é dirigir um time nas cabeças. Outra, bem diferente, é comandar um time na zona de rebaixamento.
Pulso
O homem certo para segurar os ânimos tricolores e colocar tudo nos devidos lugares é o diretor Edilson José. O apoio ao novo técnico também é fundamental. Se o time não tivesse jogado bem, aí caberia pressão em cima do técnico Barbiéri. Mas o time jogou muito bem. Logo...
Lição
Nada de repetir a asneira feita com o técnico Amauri Knevitz, que mandaram embora após o terceiro insucesso. Não é por aí. Seria loucura tropeçar na mesma pedra. O correto é dar tempo ao Barbiéri.
Equívoco
No caso Amauri Knevitz, o técnico que não serviu para o Fortaleza serviu para o São Caetano. Resultado: Knevitz veio e ganhou do próprio Leão. Knevitz ficou de peito lavado. Naquela ocasião, talvez com um pouco mais de paciência, quem sabe se ele não teria ajustado o Fortaleza.
Duradoura
Sair de crise pesada como a que se abateu sobre o Fortaleza requer habilidade dos dirigentes, serenidade da torcida e compromisso dos jogadores. Conjunto de esforços é essencial. Não existe crise eterna; existe crise duradoura. A do Fortaleza, como todas as outras, tende a terminar com uma vitória. Calma, moçada.
"Precisaremos de alguns dias para deixar para trás o nocaute da Libertadores".
Renato Gaúcho, explicando a nova derrota, agora para o Goiás
Técnico do Fluminense