Matéria-548244

Aproveitamento

Ainda é tímida a utilização de valores da terra nos clubes cearenses que disputam a Série B nacional. Embora de forma velada, há algo revelador das dificuldades que os jogadores das bases têm de enfrentar. Encontram resistências até conseguirem uma chance. Depois, outra luta maior em busca da afirmação. Sem disfarces, os contratados em outros estados levam vantagem na disputa pela vaga de titular. E só perdem a posição, se notória for a incompetência. Se estiverem no mesmo nível do jogador aqui da terrinha, o ´importado´ terá prioridade. Motivo simples: a necessidade de, perante a torcida, as despesas com a vinda do atleta serem justificadas. Não sou contra a vinda de jogadores de outras praças. Afinal, todos são brasileiros. Somente me manifesto de forma desfavorável quando noto privilégios. Se todos tratados em igualdade de condições, nada contra. Mas não é bem assim que acontece.

O melhor

Terá de jogar mais que todos os outros quem, sendo prata de casa, encarar as exigências até ser escalado no time principal. Vejam o caso de Vavá. Mesmo com sua reconhecida fama de goleador, muitas vezes foi preterido. Calculem se não fizesse tantos gols?

Nível

Quando Izaquiel e Esquerdinha estiverem no ponto, terão sério desafio: mostrar na Série B nacional o mesmo futebol que mostraram no estadual. Só assim silenciarão os que insistem no argumento de que só brilharam porque o nível do ´estadual´ é inferior ao da Série B.

Balcão de oferta

Bom o tempo em que o jogador pertencia ao clube. Não havia o risco de hoje onde, ao primeiro aceno de melhor salário, há no contrato uma brecha a permitir que o atleta vá embora, indiferente à situação do time.

Tchau

Não conto as vezes em que jogadores deixaram os times cearense na mão. Os próprios contratos já são elaborados com cláusulas abertas assim. Que se dane o esquema do treinador. Que se dane o conjunto...

Saudade

Estácio Brígido, sorriso aberto. Parece que estou vendo sua alegria na redação. Homem de sentimentos nobres e profunda solidariedade cristã. Quando eu soube de sua morte, senti partir um verdadeiro amigo. Saudade. Saudade.

Observação

Não analisei o jogo do Fortaleza porque o ´Jogada´ fechou antes do término da partida. Matéria na última página do primeiro caderno.

Vaia

Qual a maior e mais duradoura vaia já aplicada pela torcida brasileira num estádio: a que o ponta-direita Julinho sofreu em 1959 no Maracanã ou a que Dunga levou quarta-feira passada no Mineirão? Resposta: a que Julinho levou.

Diferença

Entre as duas vaias uma grande diferença. Julinho, após marcar golaço na Inglaterra logo aos dois minutos e espetacular atuação, saiu de campo aplaudido de pé e nos braços da torcida; Dunga não teve como transformar em aplauso a vaia.

Três vezes

A propósito de seleção, anteriormente só em três momentos a Canarinho passou três jogos seguidos sem assinalar gols: 1920 (Uruguai, 6 a 0; Argentina, 2 a 0 e Argentina 1 a 0); 1989 (Dinamarca 4 a 0, Suíça, 1 a 0 e empate de 0 a 0 com o Milan; e 1990 (Argentina 1 a 0, Espanha 3 a 0 e empate de 0 a 0 com o Chile. (Dados de Airton Fontenele).

Notas & Notas

Felipão agora sabe muito bem que, uma coisa é ganhar a Copa do Mundo com Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos e Cafu; outra, bem diferente, é dirigir a Seleção de Portugal. /// Incontável o número de treinador/urubu de olho no cargo de Dunga.