Tradição
Ceará x Bahia representa um dos clássicos mais tradicionais do Nordeste. Sempre foi muito complicado enfrentar os baianos, independe do lugar e das circunstâncias. Hoje, a situação é mais favorável ao alvinegro cearense, que revela progresso no ajuste de suas linhas. O Bahia vem de um empate em casa, com o Paraná, e anda tateando em busca de melhor futebol. No Ceará Lula Pereira vai gradualmente descobrindo alternativas. A dor de cabeça dele ainda é a falta de consistência na defesa, que tem cometido graves equívocos. Na parte ofensiva, o retorno de Ciel dará mais mobilidade ao ataque, haja vista a própria característica desse jogador. Vavá fica na opção. Luís Carlos, a cada gol, mais solidifica sua posição. Lula procura manter a mesma proposta tática que deu certo no jogo passado. O Bahia vem de um empate em casa, diante do Paraná. O técnico Arturzinho deve fazer alterações. A conferir.
Pela direita
No empate (0 a 0) com o Paraná, no jogo passado, Arturzinho viu o Bahia crescer quando fez entrar Rivaldo no lugar de Emerson e Alisson no posto de Fausto. As melhores incursões baianas acontecem com Luciano no apoio pela direita. Cuidado com esse setor, Lula.
Valor
Tenho defendido a utilização dos valores cearenses, que se destacaram no campeonato estadual deste ano. Caso de Dedé (Dezivaldo Bezerra Cavalcante), que brilhou no Ferroviário, e agora está tendo suas primeiras chances no Ceará, embora numa posição que não originalmente a sua. Mas ele se saiu bem assim mesmo quando entrou de ala direita. Mais opção para o técnico Lula. Mais oportunidade para Dedé.
Escalação
Costumo dizer que jogador é que se escala. E há duas maneiras de isso acontecer: primeiro, mediante trabalho nos treinamentos; segundo, quando ocupa vaga ocasionalmente deixada por um companheiro, quer por motivo de punição, quer por motivo de contusão. Cabe a cada jogador estar preparado para as ocasiões.
Retorno
Exemplo mais concreto está no próprio Ceará. Adilson foi titular absoluto, ídolo, o melhor do estado por dois anos consecutivos. Para a sua infelicidade, sofreu contusão e passou muito tempo parado. Marcelo Bonan ganhou a vaga. Adilson intensifica treinamentos, visando a ser novamente titular na primeira chance. Aguarda a o momento ideal.
Vitória
Na votação feita no programa Debate Bola (TV Diário) sobre se o técnico Heriberto da Cunha era ou não ´retranqueiro´, o resultado favoreceu ao treinador. Ninguém na mesa considerou Heriberto ´retranqueiro´.
Torcida
Nas mensagens enviadas ao programa por torcedores do Fortaleza também houve ampla vantagem favorável ao treinador. Apenas três torcedores consideraram medroso o modelo tático usado por Heriberto da Cunha.
Explicação
Toda a celeuma sobre a tática usada por Heriberto decorreu das partidas contra o Corinthians no Pacaembu e contra o Juventude em Caxias. Nesses jogos, o Leão foi mesmo tímido. Entretanto creio que muito mais em razão do que foi imposto pelos adversários que por opção do técnico tricolor.
Solução
O lado positivo disso está no fato de o Fortaleza treinar mais, visando a encontrar soluções para se sair quando novamente encontrar marcações semelhantes às que aqui foram mencionadas. O mérito de Heriberto está aí.
Velocidade
O mesmo argumento usado a favor da utilização de Dedé cabe também para Osvaldo (Osvaldo Lourenço Filho) que tem sido importante no esquema do Fortaleza. A propósito, poucos jogadores cearenses têm a velocidade de Osvaldo. Nos momentos de contra-ataque, é uma vantagem ter jogador com característica assim.
Recordando
Em 1957, compareci pela primeira vez ao PV. Vi em ação o goleiro Ivan Roriz de quem me tornei fã. Depois conheci outros goleiros como Dadá (Ferroviário), Aloísio II (Fortaleza), Gilvan Dias, Harry Carey, Aloísio Linhares, Pedrinho Simões, Pedronito, Pedrinho, Jairo, Sieta, Pinto, Adir, Romualdo, George, Lulinha. Depois vieram Sérgio Monte, Hélio Show. Mas a imagem que ficou marcada na minha lembrança, de forma especial, foi mesmo a de Ivan Roriz fazendo uma ponte, a primeira grande defesa que vi na minha vida. Foi em 1957. Eu tinha dez anos.
"Nada melhor do que uma vitória contra a Argentina para apagar esse momento".
Adriano, referindo-se à derrota para o Paraguai
Atacante da Seleção Brasileira