Última vaga
Hoje, o Fortaleza enfrenta o Horizonte, mas também tem como adversários Quixadá e Ferroviário. De forma mais direta, o Quixinha, que tem dois pontos a menos que o Leão. Entretanto, o time da Barra, com três pontos a menos, também está de olho. A diferença fundamental é que o Fortaleza não dependente de ninguém, enquanto os concorrentes dependerão de um tropeço do Leão. Quixadá e Ferroviário não têm o controle da situação. Já Fortaleza mantém a vantagem de definir seu destino mediante meios próprios. O que preocupa à torcida tricolor de aço é a queda de produção na segunda fase de quase todos os jogos. A rigor, apenas numa partida o Fortaleza manteve ritmo constante e deu a impressão de que deslanchara de vez. Foi no dia 16 de janeiro, quando, pela quarta rodada, meteu 4 a 1 no Itapipoca. Impressão apagada nos jogos seguintes. É incrível a oscilação dos comandados de Silas.
Conseqüência
Quixadá e Ferroviário, pelo que foi exposto, só poderão alcançar a vaga no caso de empate ou derrota do Leão. O Quixadá terá de ganhar do Icasa. O Ferroviário terá de ganhar do Uniclinic. Dois resultados possíveis. A interdependência valorizou muito esta última rodada.
Avaliação
Quem é melhor, Quixadá ou Icasa. Pelos números, claro, o Verdão. Mas o momento psicológico de ambos é bem diferente: o Icasa está abalado com a goleada que lhe foi imposta pelo Ceará (4 a 0). O Quixinha empreende reação espetacular, conduzido pelo ótimo Lequinha.
Posição
Volto a dizer: é inconcebível ver o Fortaleza, com o elenco que tem, ainda lutando pela última vaga. O Leão tem jogadores de alta qualidade como Simão, Juninho, Preto, Márcio Azevedo, Erandir, Rogério, Rogerinho, Lúcio, Taílson, Cleiton e Rômulo. Mas ainda não conseguiu impor a suposta superioridade.
Agudo
É indiscutível que o tricolor revela-se um time agudo, a contar pelo número de gols que marcou: 17. É o melhor ataque do campeonato. E tem também o melhor jogador da competição: Rogerinho. Ainda assim, ficou exposto ao risco de não figurar entre os quatro semifinalistas do certame. Não vejo explicação.
Ritmo
É até compreensível que o time do Pici não mantenha o ritmo no segundo tempo, pela falta da pré-temporada. Mas desabar tanto, a ponto de entregar resultados, foge da aceitação geral, mesmo diante de todos os argumentos apresentados.
Preocupação
Outros times também não tiveram pré-temporada. E, por isso mesmo, reduzem a produção na fase final. Mas nenhum reduz tanto quanto o tricolor de aço. Daí a preocupação dos tricolores com o que se convencionou chamar de apagão.
Antecipação
O time mais tumultuado deste turno tem sido o Ceará. Mas, mesmo assim, ganhou sua vaga por antecipação. As proezas alvinegras são tão imprevisíveis que deixam o analista sem referência em algumas avaliações. Começou o certame sem ter sequer jogadores para completar o banco. E tomou uma goleada.
Imprevisível
Exatamente um dia após a maior confusão, com greve de atletas e quando não contou com seis jogadores titulares, aplicou sua maior goleada (4 a 0). Logo em cima do então líder e invicto, Icasa. E assim, entre tapas e beijos, lá vai o alvinegro a Itapipoca.
Reação
Outro momento de surpresa do Ceará foi no clássico diante do Fortaleza. Poderia ter sofrido uma goleada no primeiro tempo. Complicou-se. Aí, exatamente na fase final, quando perdeu seu melhor jogador (Cleisson expulso), reagiu, mesmo com um homem a menos, e empatou.
Não blindados
Horizonte, Icasa e Ceará estão dentro. Fortaleza bem próximo. Quixadá e Ferroviário um pouco mais distantes. Hoje, a definição das posições. É impossível prognóstico seguro sobre o que poderão aprontar estas equipes na fase semifinal. Ainda não há um time que se mostre tão superior, blindado contra surpresas.
"Eu preciso recuperar a alegria de jogar. Peço a compreensão da torcida".
Sérgio Manoel
Meia do Ceará